Polo aquático: 50 anos de campeonatos mundiais

Original: FINA (tradução livre)

Há 50 anos, na ex-Iugoslávia, 686 nadadores, mergulhadores e jogadores de polo aquático de 47 nações se reuniram em Belgrado para competir no primeiro campeonato mundial de esportes aquáticos. Na 20ª edição deste ano em Fukuoka, um competidor de 1973 compartilhou suas memórias.

O holandês Andy Hoepelman foi um dos que participou do primeiro campeonato mundial de esportes aquáticos em Belgrado em 1973. Na época, ele tinha 18 anos e era jogador de polo aquático.

“Foi emocionante para mim”, disse ele, “porque é o primeiro torneio onde fomos juntos com nadadores e pessoas da natação artística”.

O mesmo pode ser dito das Olimpíadas, é claro, mas a FINA iniciou os campeonatos mundiais para dar aos aquáticos uma oportunidade a mais de glória entre os Jogos.

O americano Rick Colella, olímpico e especialista no nado peito, disse ao The New York Times na época: “É bom para as pessoas que atingiram seu pico no ano errado”. Colella não conquistou uma medalha nos Jogos de Munique 1972, mas conquistou o bronze em Montreal, quatro anos depois.

Hoepelman e a equipe holandesa de polo aquático também conquistaram a medalha de bronze em Montreal.

“Ajudou o fato de termos jogado jogos importantes contra times de ponta” em um torneio tão grande, disse ele. “Antes disso, havia apenas alguns torneios de seis ou oito nações e campeonatos europeus.”

Ainda assim, Hoepelman podia ver que os campeonatos mundiais teriam um longo futuro na época.

“Porque era normal”, disse ele. “Outros esportes também tiveram campeonatos mundiais.”

O soviético Valentine Prokopov no mundial de 1973
Créditos: Divulgação/Google/DP

Mas a regra mudou bastante em 50 anos

No mundial de 1973, “Cuba era muito boa no polo aquático. A Romênia foi muito boa. O México estava lá. Eles eram muito mais fortes do que são agora”, lembrou. Cuba, Romênia e México ficaram em sexto, sétimo e nono lugar, à frente da Espanha e da Grécia, que são superpotências hoje.

A tecnologia e o vestuário também eram diferentes

Quando havia um gol, disse Hoepelman, alguém mudava o placar manualmente. As sungas eram maiores e, como ele era holandês, disse Hoepelman,

“tínhamos sungas com tulipas. Lembro-me disso porque vi um dos meus companheiros daquela época ainda vestindo este traje. O meu se foi há séculos. Tínhamos bonés, mas os ouvidos estavam abertos”, acrescentou. “A Austrália foi o primeiro time a ter protetores auriculares. Comprei um boné de um jogador australiano e na primeira vez que joguei com ele, as pessoas perguntaram: 'O que é isso?' Eu disse, 'transmissor secreto' para o treinador.'”

Apesar das diferenças, os torcedores da cidade natal eram tão fervorosos quanto são hoje.

“Lembro-me de muito barulho: pessoas gritando e assobiando”, disse ele. “Isto é novo para mim. Todos os jogos de polo aquático da Iugoslávia estavam completamente esgotados - mesmo os jogos que não eram tão importantes estavam lotados.”

E, notavelmente, o polo aquático de Belgrado 1973 ainda existe. Na verdade, está prosperando.

“Eu me lembro daquela piscina, Tasmajdan”, disse Heopelman. “Estive lá há um ano. Era um dia de verão e estava completamente cheio.”

No 50º aniversário do primeiro campeonato mundial, Hoepelman teve a chance de prever o que o programa incluiria daqui a 50 anos.

“Sou um grande defensor do polo aquático de praia”, disse ele. “Você pode brincar no mar, em lagos, em rios. Você precisa de menos jogadores. Recentemente, tivemos uma qualificação para os Beach Games de polo aquático no Egito. Foi um grande sucesso. O Egito estava na final e perdeu para Montenegro na disputa de pênaltis. Era mais inclusivo. O polo aquático de praia está crescendo muito, muito rápido – muito mais rápido do que o polo aquático regular. Então eu acho que isso terá um lugar.”

“Acho que seria bom ter a classificação do polo aquático para a fase final em diferentes cidades. Podemos jogar nos horários de pico, onde todos podem assistir. Fizemos isso no ano passado no Campeonato Mundial. A seleção húngara jogou em Budapeste, mas as outras equipes jogaram em cidades diferentes e foi um grande sucesso.”

Campeonato de polo aquático antes do mundial de 1973
Créditos: Divulgação/Google/DP

“Não posso falar por outras modalidades aquáticas”, disse ele, “mas o futuro é para esportes atraentes, rápidos, de curta duração e atraentes para os jovens. Por isso, prevejo que seja mais um festival, um evento familiar – como se vê em todos os desportos, com disc jockeys, bebidas… é um evento!”