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Presidente do COI vê apoio de presidente dos EUA aos Jogos de Los Angeles, apesar de divergência sobre atletas trans

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Presidente do Comitê Olímpico Internacional Thomas Bach afirmou que as Olimpíadas de Los Angeles 2028 têm o apoio de Donald Trump, presidente dos EUA, apesar de os mandatários divergirem sobre a participação de atletas trans nos Jogos. Numa entrevista coletiva ainda na quarta-feira (12), o alemão disse que ainda não recebeu uma carta do Congresso dos EUA solicitando o COI a seguir a recente ordem executiva de Trump, que baniu mulheres trans de competições esportivas no país. Bach, por sua vez, quer que as regras de elegibilidade para pessoas trans sejam estabelecidas com base em estudos científicos.

"No que se refere aos Jogos de Los Angeles 2028, não vejo imprevisibilidade (do Governo dos Estados Unidos). O presidente Trump estava envolvido na candidatura de Los Angeles desde o começo. Pude ver na época que ele era um promotor da candidatura. Também fui informado pelo Comitê Organizador dos Jogos de 2028 que eles estabeleceram boas relações com a Casa Branca e com toda a administração. Não temos dúvidas do apoio da administração de Trump aos Jogos Olímpicos. Estou confiante que continuaremos assim porque o presidente Trump é um amigo do esporte" – disse Bach.

Às vésperas de deixar a presidência do COI, Bach atribuiu a ordem executiva de Trump a uma campanha de fake news liderada pela Rússia  o país está suspenso das Olimpíadas por causa da guerra na Ucrânia. Congressistas republicanos anunciaram no início desta semana que enviariam uma carta ao COI pressionando a entidade a seguir a medida que bane mulheres trans do esporte.
"Não recebi a carta, mas posso responder porque houve comentários sobre isso de outras pessoas. Tudo isso foi baseado em uma campanha de fake news iniciada na Rússia. Essas duas boxeadoras que competiram em Paris não são transgênero. Elas nasceram como mulheres, cresceram como mulheres, elas competiram como mulheres por muitos anos. Venceram e perderam como qualquer boxeadora. Elas inclusive competiram nos Jogos Olímpicos de Tóquio sem nada contra elas. Depois, do nada, em Paris, os russos lideraram através da IBA (Associação Internacional de Boxe) uma campanha que afirmava que elas eram homens. Elas não são. São mulheres. Essa situação foi uma campanha de fake news vinda da Rússia, uma campanha de difamação contra as Olimpíadas, contra o COI e contra mim pessoalmente. Nós aconselhamos a todos a estabelecer regras baseadas nos fatos e na ciência. Ficarão felizes em discutir a questão como nós discutimos com todas as pessoas em questão no momento. Tivemos uma consulta em andamento para estabelecer procedimentos por dois anos, mas tem de ser com base na ciência e nos fatos, não em uma campanha de fake news vinda da Rússia– disse Thomas Bach.

Durante os Jogos de Paris 2024, a argelina Imane Khelif e a taiwanesa Lin Yu-ting foram alvos de uma polêmica: as campeãs olímpicas foram acusadas por membros da IBA de serem homens competindo na categoria feminina. As duas não são mulheres trans. A IBA já havia perdido o reconhecimento do COI como entidade máxima do boxe olímpico.

Desde que reassumiu a presidência dos EUA, Donald Trump vem adotando medidas de ataque aos direitos das pessoas transgênero, uma plataforma do político republicano. No seu primeiro dia em exercício da presidência neste novo mandato, em janeiro, Trump decretou que a definição de sexo no país vai ser limitada a masculino e feminino, de acordo com a designação no nascimento, o chamado sexo biológico. Essa medida teve efeito em documentos oficiais, passaportes e políticas de designação de prisões federais. No início de fevereiro, ele assinou a ordem executiva que bane mulheres trans de competições esportivas no país.

Em novembro de 2021, o Comitê Olímpico Internacional (COI) decidiu que cada federação de modalidade esportiva passaria a decidir seus critérios sobre a questão dos atletas transgêneros e intersexuais. Desde então, as resoluções sobre elegibilidade de atletas trans se deram na esfera esportiva para o alto rendimento. A ordem executiva de Trump quebra esse cenário, por se tratar de um decreto governamental.

As eleições para a presidência do COI estão programadas para a 144ª Sessão do COI, entre 18 e 21 de março. Sete candidatos concorrem ao posto de Thomas Bach, e a participação de pessoas trans nas competições femininas está em foco nas campanhas.


O caso Lia Thomas
Nos EUA, o caso mais famoso de atleta trans é o de Lia Thomas. A nadadora de 25 anos não pôde participar da seletiva americana por uma vaga nas Olimpíadas de Paris por ser uma mulher transgênero. Apelou à Corte Arbitral do Esporte (CAS), mas teve seu caso rejeitado. O tribunal máximo da justiça desportiva entendeu que a americana não era elegível para questionar a regra da World Aquatics (Federação Internacional de Esportes Aquáticos) que proíbe a participação de atletas trans em competições femininas.

Desde 2022, a World Aquatics restringe a participação de mulheres trans na natação. A regra barra de competições internacionais femininas pessoas transgêneros que passaram pela puberdade masculina, ou seja, apenas mulheres trans que completaram sua transição até os 12 anos de idade podem competir. A World Aquatics argumenta que o limite de idade para concluir a transição de gênero é necessário para garantir que mulheres trans tenham vantagem por passar pela puberdade masculina, embora a entidade admita que em muitos países não é permitido fazer a transição tão cedo. A Associação Mundial para Saúde de Transgêneros recomenda 14 anos como idade mínima para esse processo de transição. Na prática, a regra da World Aquatics barra praticamente todas as mulheres trans das principais competições da natação, incluindo as Olimpíadas.

Fonte: GE

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