Maria Emma Hulga Lenk Zigler nasceu em São Paulo, no 15 de janeiro de 1915. Aos dez anos, Maria Emma teve uma pneumonia dupla e, por conta disso, os pais decidiram colocá-la na natação para que a sua respiração melhorasse. Na ausência de piscinas, a paulistana teve de dar suas primeiras braçadas no rio Tietê.
De 1932 a 1935, venceu 4 vezes seguidas a tradicional Travessia de São Paulo a Nado. Aos dezessete anos, já era uma atleta de nível internacional e se tornou a primeira mulher sul-americana a competir em Olimpíadas, nos Jogos de Los Angeles, em 1932.
Ao lado de outros 68 atletas da equipe brasileira, Maria custeou a sua viagem para competir nas Olimpíadas de Los Angeles vendendo o café. “O que valia era o conceito do amadorismo. Eu competi com um uniforme emprestado, que tive de devolver quando as provas acabaram”, lembra.
Não conseguiu ganhar medalhas nas Olimpíadas, mas é considerada pioneira da natação moderna e foi a responsável pela introdução do nado borboleta, quando o nadou nos Jogos Olímpicos de Verão de 1936 em Berlim, em uma prova de peito.
Nas Olimpíadas seguintes, realizados em Berlim, em 1936, estava de volta, desta vez acompanhada por mais três nadadoras. No ano de 1939, durante a preparação para os Jogos Olímpicos de Tóquio, ela quebrou dois recordes mundiais individuais nos 200m e 400m peito. Ela foi a primeira brasileira a quebrar tal recorde.
Os planos para as Olimpíadas de 1940 tiveram de ser interrompidos por ocasião da Segunda Guerra Mundial, gerando uma grande decepção.
Ela era a grande favorita a ganhar a primeira medalha de ouro olímpica de mulheres brasileiras em esportes individuais. Tal feito só foi realizado 68 anos depois, pela saltadora Maurren Maggi, nos Jogos Olímpicos de Pequim.
No início dos anos 40, ela foi a única mulher da delegação de nadadores sul-americanos que excursionou pelos Estados Unidos. Maria Lenk quebrou doze recordes norte-americanos e aproveitou sua estadia para concluir o curso de educação física na Universidade de Illinois em Springfield.
Em 1942, ajudou a fundar a Escola Nacional de Educação Física da Universidade do Brasil, atual Universidade Federal do Rio de Janeiro. Era também membro vitalício da Sociedade Americana de Técnicos de Natação.
Maria Emma foi uma das principais nadadoras brasileiras, tendo sido a única mulher do país a ser introduzida no Hall da Fama da Federação Internacional de Natação (FINA), em 1988, quando foi homenageada com o Top Dez da entidade máxima do esporte por ser uma dos dez melhores nadadores master do mundo.
Em 2003, após três anos de pesquisas, lançou o livro Longevidade e Esporte, onde mostrou os benefícios trazidos pela prática de esportes. Até os últimos dias de vida nadava cerca de 1.500 metros por dia. Ela faleceu no dia 16 de abril de 2007, aos 92 anos.
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