“Treinei sozinho e não tinha experiência em natação. A piscina só estava disponível das 5h às 6h e eu só conseguia treinar três horas por semana. Eu costumava nadar em rios e no mar também. Os pescadores me ensinavam como usar as pernas e como nadar. Não havia nada de profissional nisso”.
“Nunca tinha ouvido falar de Sydney ou da Austrália e foi a primeira vez que estive fora do meu país. A viagem durou três dias e houve muitas paradas”.
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Créditos: D.P. |
“Nadei muito bem os primeiros 50 metros”, lembra Moussambani. “Concentrei toda a minha energia em dizer a mim mesmo para continuar e chegar ao fim. Eu sabia que o mundo inteiro estava me observando: minha família, meu país, minha mãe, minha irmã e meus amigos. É por isso que eu estava dizendo a mim mesmo que tinha que continuar, que tinha que terminar, mesmo se estivesse sozinho na piscina. Eu não estava preocupado com o tempo. Tudo que eu queria fazer era terminar”.
“Foi então que comecei a ouvir a multidão gritando e gritando, encorajando-me a‘ Vai, vai, vai ’. Deu-me força para terminar e, quando toquei na parede, disse a mim mesmo: ‘Oh, consegui’ ”.
“Fui o primeiro nadador do meu país a competir nos 100 metros Livre em uma competição internacional. Fiquei muito feliz com essa conquista, mesmo que meu tempo de 1:52 não tenha sido muito bom. O espírito olímpico tem tudo a ver com participar, e acho que foi essa força e esse espírito que me tornou famoso”.
“De repente, comecei a me ver e a ver minha prova em todas as emissoras de TV do mundo, CNN e outras”, lembra Moussambani, cujo autógrafo também foi procurado na Vila Olímpica. “Eu também dei muitas entrevistas e a coisa toda mudou totalmente a minha vida”.
“Estou tentando promover a natação no meu país”, explica Moussambani. “Procuro ajudar os jovens que querem ser bons nadadores. Quero incentivá-los a nadar e praticar esportes”.
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