O que são recordes? - Natação do RN

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O que são recordes?

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O que são recordes? Talvez você respondesse intuitivamente, mas será que você sabe o que é um recorde, qual sua importância e qual a diferença de um recorde de categoria pra um recorde absoluto? A Federação Internacional de Natação – FINA estabeleceu regras sobre o estabelecimento de recordes, mas antes de esclarecermos, vamos conhecer algumas particularidades sobre recordes na natação.

Recorde pessoal e recorde de prova
Na natação, recordes são registros de performances realizadas numa competição. Ou seja, qualquer tempo obtido pelos competidores dentro das regras daquela prova específica se torna um recorde [obs.: a pronúncia mais forte não é na sílaba "re", mas sim no "cor" – recorde]. No caso específico, esses registros de tempos são recordes pessoais, pois conferem a medição de tempo realizada pela arbitragem para cada atleta separadamente. Geralmente, cada atleta que disputa determinada prova compara aquele tempo obtido com seu melhor tempo anterior. Atletas competitivos sempre lutam pra romper seu próprio recorde pessoal.

De acordo com a classificação dos atletas numa prova, cada um com seu devido "recorde pessoal", a entidade responsável estabelece a melhor marca ou o melhor registro de tempo daquela respectiva prova para considerar como recorde da prova. É assim que são registrados os melhores tempos, sempre que uma nova versão de uma competição é criada. Na continuidade de novos eventos é que a entidade responsável pode bonificar o atleta ou a equipe, sempre quando uma nova marca é estabelecida, registrando o histórico daquele atleta como recordista da prova.

Recorde de categoria e recorde absoluto
Na natação competitiva é a competitividade que vai diferenciar a natação esportiva da natação como atividade física. Nessa diferenciação, aparece a figura do recorde como meta a ser alcançada ou rompida. Análises demonstram que em certas competições, os atletas buscam mais seus recordes pessoais do que conflitos entre si pela medalha. Talvez, uma das competições mais marcantes que exibe mais o conflito do que o recorde em si sejam os Jogos Olímpicos, e isso em todas as modalidades.

No Brasil, as categorias de atletas que disputam uma competição de natação são estabelecidas pela CBDA. Geralmente, um boletim atualiza anualmente a classificação de cada categoria, considerando o sexo (masculino x feminino) e o grupamento de idades, para que todos os atletas tenham condições de igualdade para concorrer na prova. Também anualmente, a FAN publica a atualização da classificação das categorias em conformidade com o estabelecido pela CBDA.

No máster, quem iniciou a classificação das categorias foi a ABMN, desde quando surgiu na década de 1980, seguindo o mesmo critério ao considerar o sexo e o grupamento de idades. Paratletas são classificados pelo CPB, também seguindo o mesmo critério, apenas evidenciando as dificuldades de realizar movimentos em relação ao grau de deficiência.



Quando se trata de competições diferenciadas, como jogos internos, escolares ou universitários, cada entidade tem a liberdade de estabelecer em regulamento suas próprias categorias ou mesmo, que pretende seguir a classificação das categorias da entidade que rege a modalidade, como a CBDA ou a FAN. E isso deve constar em regulamento específico. Pelo Código Brasileiro de Justiça Desportiva, todo evento esportivo (competição) deve ter regulamento próprio publicado (art. 75).

O recorde de categoria nada mais é que o registro do melhor tempo daquela respectiva prova em determinada categoria. Sendo assim, cada categoria tem seu respectivo recorde, independente das demais categorias e do recorde absoluto, podendo até se igualar ao recorde absoluto.

Recorde absoluto é o registro do melhor tempo dentre todas as categorias, podendo ser igual a qualquer um dos recordes de categoria ou não, quando então poderá ser considerado fora do contexto daquela competição. No nosso país, no contexto entre federações e a CBDA, recordes absolutos seguem critérios próprios em relação aos recordes de categoria. Enquanto os recordes de categoria são estabelecidos durante determinada competição, os recordes absolutos precisam que o atleta seja residente naquela localidade e/ou que represente um clube daquela localidade.

Recorde estadual, brasileiro (nacional), mundial e olímpico
Quando se fala em recorde estadual, geralmente se refere ao recorde absoluto do estado, assim como o recorde brasileiro, mundial e olímpico. Quando se trata de um recorde de categoria, faz-se a referência ao recorde estadual daquela categoria, assim como no brasileiro. No mundial, contudo, a FINA estabeleceu apenas a categoria júnior diferenciada do absoluto; já nas olimpíadas não existe a denominação específica de uma categoria, equivalendo, portanto, o recorde olímpico ao recorde absoluto das olimpíadas.



Regras oficiais de recordes mundiais e olímpicos
A SW 12 versa sobre recordes reconhecidos pela FINA, que são justamente os recordes mundiais e juniores. A exclusividade da regra volta-se para os eventos regidos e realizados pela FINA, cabendo portanto a cada entidade nacional ou estadual a administração do registro de recordes que lhe concernem. Uma particularidade na SW 12.18 versa:

"Todos os recordes feitos durante os Jogos Olímpicos, Campeonatos Mundiais, Campeonatos Mundiais Juniores de Natação e Copas do Mundo serão aprovados automaticamente."

Por que automaticamente? Porque esses eventos são realizados ou administrados exclusivamente pela FINA. No entanto, havendo comprovação de um recorde fora de um campeonato mundial, será preciso atender à SW 12.14:

"Pedidos de homologação de recordes mundiais e recordes mundiais juniores devem ser feitos em impressos oficiais da FINA pela autoridade responsável da Organização ou Comitê Técnico Organizador da Competição e assinada por qualquer representante autorizado da Federação do país do nadador uma vez verificado que todos os regulamentos foram cumpridos, incluindo um certificado de Controle Antidoping (DC 5.3.2). A solicitação deve ser enviada ao Secretário da FINA dentro de 14 dias após a realização da prova."


Importância do registro de recordes
No intuito de seguir o padrão adotado pela FINA, cada entidade filiada em todo o mundo administra o registro de seus recordes nacionais, como a CBDA faz no Brasil. E assim são também os recordes estaduais, como a FAN faz aqui no RN. É importante observar que para o registro de recordes (de categoria, absoluto, estadual ou nacional), é preciso que o atleta esteja devidamente vinculado à federação/confederação. Para isso, também é necessário representar clube filiado em eventos de competência da entidade oficial.

O registro de recordes, além de marcar a história de conquistas daquela prova, estimula a motivação para a continuidade daquela prática esportiva. Por outro lado, os recordes demonstram o quanto o ser humano pode desafiar seus limites através do esporte e alcançar a excelência.

   Perguntas frequentes   

1. Tempo marcado em treino vale como recorde?

Apenas como recorde pessoal. Trata-se de uma marca pessoal do atleta em condição diferenciada de uma competição, quando às vezes o atleta pode se valer de assessórios ou condições especiais, portanto sem condições de aferição da arbitragem oficial que poderia testificar o tempo marcado como recorde. Todo recorde precisa passar pela avaliação da arbitragem sobre o cumprimento de todas as regras daquela prova.


2. Recorde numa competição escolar entra pro recorde estadual ou brasileiro?

Absolutamente, não. Numa competição escolar/universitária, a entidade que rege a modalidade necessariamente não é a mesma que promove o evento, muitas vezes apenas realizando a arbitragem. Além disso, mesmo que o tempo obtido seja melhor do que o recorde absoluto, o atleta não entra no critério de representar o clube vinculado à federação, quando está representando uma entidade estudantil. Nada impede de a entidade estudantil também ter seu histórico de recordistas paralelamente, quando os tempos necessariamente não sejam iguais aos recordes estaduais ou nacionais.


3. Pode haver igualamento de recorde?

Sim. Ao bater um tempo exatamente igual ao recorde, o atleta alcançou a mesma marca que o anterior, hipoteticamente como se ambos tivessem nadado na mesma série e batido o recorde anterior. Se dois atletas batem com tempos iguais e aquele tempo se torna o novo recorde, ambos os atletas devem ser reconhecidos como recordistas. Na década de 1990, numa competição estadual, houve atleta que bateu igual ao recorde, mas infelizmente o entendimento daquela época dizia que só reconhecia o recorde, se tivesse feito pelo menos 01 centésimo a menos – o que não é verdade. Mesmo nadando em séries diferentes, em datas diferentes, se o tempo for igual, a arbitragem deve reconhecer a hipótese de ambos atletas terem nadado na mesma série e até mesmo, um do lado do outro e que seus tempos iguais foram melhores do que o recorde registrado anteriormente. Essa hipótese baseia-se no princípio da razoabilidade, que é um dos pilares da justiça desportiva. O que se diz de dois recordistas vale também para três, quatro... etc. (cf. SW 12.10).


4. É possível bater um recorde mundial num campeonato estadual ou estudantil?

Sim. Porém, é preciso atender à SW 12.14, quando pelo menos um árbitro nacional reconhecido pela FINA deve estar presente para testificar o recorde num campeonato estadual. Gradativamente, recordes são cada vez mais raros de se bater e ainda muito raramente um atleta daria um salto surpreendente – não é impossível, apenas estatisticamente um feito raro. Contudo, os técnicos acompanham a evolução de seus atletas, e é possível ter noção de desempenhos numa competição. Quando um atleta demonstra a tendência de surpreender, seu técnico pode comunicar à federação responsável sobre a possibilidade de recorde nacional ou mundial, quando então deve ser providenciada a presença de um árbitro nacional (CBDA) para atender à SW 12.14. Nem todos os árbitros estaduais são reconhecidos nacionalmente, assim como nem todos os árbitros nacionais são reconhecidos internacionalmente pela FINA. Se um recorde nacional ou mundial for batido num estadual ou competição estudantil, caso não haja árbitro da CBDA para testificar, infelizmente esse tempo não será homologado pela entidade maior ao não atender à SW 12.14.


5. E o recorde olímpico?

Absolutamente, não. Recordes olímpicos equivalem a recordes de uma competição em particular e exclusiva. E só é possível bater recorde olímpico exclusivamente durante uma Olimpíada.


6. Pode bater um recorde de estilo numa prova de livre?
Também, não. Nas provas de livre, o atleta pode nadar em qualquer estilo, não sendo obrigado a atender às regras do estilo, mas sim somente à regra do nado livre. Dessa forma, mesmo que nade em estilo, o tempo obtido só vale como recorde da prova de livre, se for realmente melhor do que o recorde anterior.
 
7. E aquela história de revezamento?

A SW 12.12 versa sobre a possibilidade de o primeiro nadador do revezamento bater um recorde mundial na prova equivalente. Se for na prova de medley, vale apenas o recorde do 50 m Costas em piscina de 25 m e do 100 m Costas em piscina de 50m. Se for no 4x50 m Livre (somente em piscina de 25 m), vale apenas o 50 m Livre pra piscina de 25m; se for no 4x100 (piscina de 25 ou 50 m),  vale apenas o primeiro 100 m e se for no 4x200, vale apenas o primeiro 200 m. Revezamento misto não entra nessa regra. É preciso atentar para um detalhe em particular: A regra FINA versa sobre recordes mundiais de competência da FINA, mas não sobre recordes nacionais e estaduais. É possível seguir o padrão da FINA para eventos nacionais e estaduais, desde que isso esteja devidamente descrito em regulamento da competição. O que vai determinar se o primeiro nadador do revezamento pode bater recorde nacional ou estadual é o regulamento, por se tratar de regra à parte, em paralelo ao que versa a regra FINA.


8. E os melhores tempos?

Melhores tempos equivalem a recordes pessoais, podendo ser estabelecidos tanto em competição quanto em treinamento. É possível reconhecer os melhores tempos historicamente de uma prova, não necessariamente iguais a recordes absolutos, desde que atendam a competição com arbitragem oficial (seja estudantil, máster, do trabalhador etc.).


Obs.: O que foi dito sobre o atleta aplica-se igualmente às equipes de revezamento.


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