Dentre os quatro estilos de nados competitivos, sem
dúvida a largada do nado costas é a mais complicada de ser executada para o
máximo de aproveitamento possível. Atletas estilistas deste nado devem saber de
antemão que em qualquer das provas de 50m, 100m ou 200m, o mergulho ou saída no
nado costas pode determinar o resultado final. A execução em si da saída exige
agilidade, flexibilidade, explosão e alta resistência para manter o máximo de
aproveitamento da velocidade adquirida com o impulso inicial.
Podemos considerar com isso o aproveitamento e a
intensidade, os quais são mais exigidos na medida em a prova se torna cada vez
mais curta. Algumas dicas foram listadas abaixo e mostram como executar e
treinar a saída do nado costas, advertindo que além dessas dicas, o atleta
precisa sempre ter o mínimo de cuidado com suas articulações a partir da
posição de start (saída), justamente para evitar lesões e
conseguir determinar seu ritmo durante a prova. Seções de alongamentos
concentrados, principalmente antes e sempre que realizar seu treinamento são
imprescindíveis.
1. Aos seus lugares... "Take your marks!"
Ao tomar a posição de saída você
precisa estar na posição regulamentar, isto é, de costas para o percurso da
prova com os braços apoiados no bloco de partida e os dedos dos pés apoiados na
borda – as regras atuais não exigem que os dedos estejam submersos (cf. imagem
à esq.). Você deve recolher o seu corpo junto ao bloco de partida e estar
pronto para explodir. Não fique muito contraído. Também não coloque muita
pressão nos seus pés, pois isso aumenta (e muito) o risco de escorregar na
borda.
2. O objetivo é um só buraco
Com o impulso inicial, o nadador deve
girar seus braços abrindo-os em semi-círculo a partir de suas posições
laterais, até que suas mãos se encontrem com o giro para trás. Este movimento
de abrir-fechar os braços em semi-círculos laterais deve ser coordenado com o
movimento do corpo durante o impulso no ar, antes do toque inicial com a água
(por trás do nadador).
Ao executar a saída, a intenção é entrar na água num só buraco,
pois assim o nadador conseguirá o mínimo de resistência pró em relação a seu
eixo de inércia ou stream line. Dentro deste “buraco” devem entrar
primeiro os braços, a cabeça, o corpo e os pés, sem qualquer outro movimento
extra na entrada na água.
A fim de garantir esta entrada “perfeita”, é muito
importante o movimento de arco que o corpo desenvolve no ar, após deixar a
borda. Deve-se maximizar ainda mais este arco com uma contração dos glúteos no
movimento deixando ele ainda mais perfeito.
3. Jogando seus pés para cima
Na saída de costas, não há desculpa
para a imperfeição, detalhes precisam ser maximizados. Arrastar o corpo ou
qualquer parte (geralmente os pés no final) pode atrapalhar a velocidade e a
potência desenvolvida no impulso inicial. Ao realizar o vôo para trás, não
limite toda sua atenção nos movimentos com os braços esquecendo os pés.
Pense nos seus pés como se fosse o fim
de um chicote, dando uma pequena jogada para cima antes da entrada na água.
Isso vai facilitar ainda mais o movimento do arco de entrada na água.
4. Streamline
Logo na entrada do corpo na água, a velocidade
adquirida é a certeza da continuação do movimento de saída. De nada adianta um
movimento perfeito de saída e vôo, uma entrada melhor ainda para um deslize sem
qualquer posição de streamline. É como se jogássemos tudo fora após
realizar o mais difícil. Um bom streamline é a certeza da otimização
de uma boa saída.
5. Sem bolhas!
Muitos nadadores soltam bolhas de sua respiração
durante o percurso submerso (até os 15m, segundo as regras oficiais). Isso deve
ser trabalhado de modo que o atleta treine cada vez mais até conseguir não
respirar durante o percurso submerso, ou na melhor das hipóteses, soltar o ar
rapidamente com o movimento da primeira braçada aérea. As bolhas fragilizam a
resistência durante o movimento adquirido com as ondulações e ao mesmo tempo,
atrapalham o apoio submerso das partes em movimento (quadril, pernas e pés),
criando micro resistências pró que somadas, causam a perda de velocidade. Outro
detalhe bem técnico desta fase é tentar manter uma contração nos músculos
faciais e narina, a fim de minimizar a área exposta à resistência,
incrementando a velocidade do streamline.
6. Fresh air
Após a entrada na água para a parte
submersa do mergulho, é imprescindível o movimento de ondulações do quadril com
o aproveitamento da velocidade inicial. As ondulações se apóiam nos pés em
paralelo fazendo o movimento de baixo para cima e sempre tomando a base de
apoio de baixo do nível da água e impulsionando as costas dos pés para cima.
Esse movimento deve ser repetido até o momento da subida. Uma forma de melhor
aproveitamento da velocidade é fazer as ondulações em ciclos e a cada ciclo ir
subindo gradativamente. Durante as ondulações, as mãos com os braços devem
estar levemente inclinados para cima, inclusive para se ter noção da pressão
cada vez mais diminuindo (na medida em que o corpo sobe para a superfície).
Alguns nadadores contam as ondulações durante seu treinamento para numa
competição fazer automaticamente. 06 a 08 ondulações são o suficiente para
percorrer os 15 metros submersos, mas claro, depende do aproveitamento do ciclo
de ondulações com o treinamento.
Na subida para a superfície, o nadador deve expelir o ar que mantém acumulado desde o início da saída para no seu primeiro movimento de braçada aérea estar apto a fazer uma pegada de ar puro.
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