Papo de master – Eu deputado - Natação do RN

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Papo de master – Eu deputado

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Uma das mais intrigantes posições em que poderíamos nos imaginar seria justamente no cargo de deputado. O que esse cargo quase que apagado da visibilidade política faz de importante? E como seria se a voz de cada cidadão pudesse ser ouvida, para além da função de um governador ou presidente da república? No papo de master de hoje, é importante que se levantem certas questões, principalmente éticas relacionadas ao esporte, mesmo que as respostas demorem 04, 16, 50 ou até mesmo 200 anos para serem respondidas.

Pode parecer um exagero começar daí, mas faz mais de 100 anos, pra ser mais preciso, 126 anos que uma promessa política nunca foi cumprida e acabou marcando a história do Brasil. De tantas promessas que poderiam parecer meros papos furados, encanto de palavras dentro de discursos aparentemente sérios, uma não pode passar assim despercebida. Saiu do Nordeste e foi pro Sudeste, saiu da Bahia e se enraizou no Rio de Janeiro. Canudos poderia ter sido destruída sob qualquer pretexto, menos o de uma promessa de um lote excêntrico de frente para o mar de Copacabana.

Bem, se eu fosse deputado, mandaria aterrar boa parte da praia no bairro Flamengo e, criando um espaço enorme em terra, você acharia que a promessa seria cumprida dando lotes de frente pro mar para soldados assalariados? Nada disso, venderia os lotes para quem pudesse sustentar meu curral eleitoral.

A propósito, quando se fala em "curral eleitoral", é preciso tomar cuidado para não provocar reações de preconceitos. Enquanto na filosofia os preconceitos são a condição-primeira para gerar conhecimento através de uma experiência (metafísica), na política "preconceito" se torna uma nota em tom maior, quando a música precisa encantar a ponto de provocar grandes emoções. São esses preconceitos que se tornaram a moeda maior nos últimos anos, ora enraizados na religião, ora amalgamados em nossa cultura de "vira-lata". Quando se percebe a relação profunda desse tipo de cultura, ninguém escapa da análise: ricos e pobres enjaulados num mesmo "complexo de vira-lata". Como exemplo, por que chamamos quem nasce nos EUA de "americano"? Pergunte ao dicionário, antes de discutir comigo, qual a diferença entre americano e estadunidense. Preconceito. Não é que a professora ensinou errado, é que ela recebeu ordens para ensinar assim.

Bem, se eu fosse deputado, libertaria todos daí. Libertaria o pobre e libertaria ainda mais o rico também, coitado. Mas nada de Cristianismo aqui, por mais que o significado da palavra tivesse tal relação com "libertação". Libertação de preconceitos? Passou longe da bancada dita "evangélica", que continua chamando quem nasce nos EUA de "americano". Teimosamente, eles apoiam de forma mesquinha um medroso que se esconde atrás de militares, que, por sua vez,  nunca ganharam uma guerra de vergonha desde o "Descobrimento". Ah libertação sim, daquelas ideias que explicam o formato da Terra como se fosse uma esfera. Você já foi ao espaço pra ver se a Terra é redonda? Eu também não.

Mas e por que o tal candidato a deputado não fala de esportes, já que o espaço seria para esportes? Bem, estamos tratando de espaço? Que espaço? Sideral? Ou, aquele do aterro do Flamengo? Nada disso, o espaço já foi tomado. Mas como você explica isso, se não existe como preencher um espaço além de seu volume? Na política, pode-se tudo. Pode até ex-atletas olímpicos ou campeões mundiais convergirem não como retas paralelas que se encontram no infinito, mas sim como multiversos jamais improváveis. Parece papo meio maluco. Maluco mesmo parece aquele deputado que finge ter esquecido das regras de etiqueta e chega num restaurante comendo como bicho. Ah você não viu? Não viu como ele pegou o caranguejo? Ah que pena, ninguém jogou isso nas redes sociais, por isso você não ficou sabendo.

Bem, se eu fosse deputado, dava um celular com processador de memória quad core e acesso direto à internet para cada cidadão, não que votasse em mim, mas sim para aquele que jogou nas redes sociais a forma como eu estava comendo no restaurante. Você já se esqueceu da condição de ex-atleta olímpico e campeão mundial? Nessas horas, quem é que se lembra, não é?! Os anos se passam e a "mãe gentil" perdoa fácil, que até se esquece e erra tudo na prova...

Trocando seis por meia-dúzia
A Constituição do Brasil garante que um deputado seja imune diante das consequências de suas palavras, conforme o artigo 53. No entanto, por mais que um deputado defenda uma ideia sob pretexto de representar um "curral eleitoral", não têm sido poucos os exemplos de contradição ética daquilo que se apreende de quem um dia havia se tornado campeão mundial de uma modalidade esportiva. Ou mesmo quando usou esse escopo durante sua candidatura e de uma hora pra outra, se vê a inversão de valores em suas palavras cheias de ódio ou inveja alheia.

A ética esportiva é de um valor imenso para a humanidade, principalmente se cultivada desde a mais tenra idade. E ela pode ser adquirida tanto de forma consciente quanto instintivamente automática, pelos treinamentos diários e diante de eventos competitivos.

No tabuleiro da política, contudo, não seria difícil para qualquer um jogar, quando a ética passa longe daquilo que foi cultivado no esporte. A não ser que do esporte, aquele deputado carregue fortemente na política aquela visão dualística de adversidade e utilize isso fora das regras. Mentir para si mesmo todos os dias deve ser uma tarefa árdua e mais ainda se torna, quando a mentira precisa ser sustentada até o final de seu mandato. Aplique isso não a qualquer deputado por aí, lembre-se daquele ex-atleta olímpico e campeão mundial: Ele devia saber das regras mais do que qualquer um de nós. Ele invade a raia vizinha e acha que o árbitro não vai desclassificar.

Ativa ou passivamente, somos todos políticos. A realidade que se apresenta nos questiona: Qual lado você escolhe? Por mais que se disfarce neutralidade, até mesmo a neutralidade escolheu seu lado. Portanto, escolher a neutralidade ou corrobora com a maioria ou disfarça a mais profunda hipocrisia.

Ainda sim, no quadro de medalhas que você encontra na casa daquele deputado, por um lado pode existir admiração, por outro inveja. Admiração: pelo passado brilhante que não volta mais, um passado preso em metais emblemáticos em forma de medalhas com símbolos que serviam de inspiração e hoje não mais: enferrujou, corrompeu-se. Inveja: justamente pela honra corrompida, pelo respeito forjado e forçado e não conquistado, assim como poderia ter sido aquele passaporte para as olimpíadas, mas que se esvaiu e está se desintegrando no esquecimento.

Esse campeões mundiais, ops! Não! Esses deputados que vivem vendo o demônio ou criando adversários imaginários, ou se alimentam disso vergonhosamente ou jamais pararam para deixar sua criatividade dar um salto contrário e conquistar uma vitória de forma limpa e honesta, seja no esporte, seja na política. Pois é, quando levar uma pedrada na cabeça, não se pergunte porque cuspiu na cruz. Hipócrates, ops! Não, não foi Hipócrates quem cuspiu na cruz nem no esporte nem na política. Hipócrita.

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