A nadadora Karen Liberato participou de forma inédita da seletiva olímpica do Brasil para Paris 2024. O evento havia sido realizado de 06 a 11 de maio, no Rio de Janeiro, e promovido pela CBDA, com eliminatórias pela manhã e finais à noite. Ao todo, mais de 330 atletas de todo o Brasil estiveram na disputa que teve apenas 18 que conseguiram vaga para as olimpíadas.
Karen é a única nadadora do RN que conseguiu índice para participar da seletiva olímpica em 2024. Atualmente, a atleta representa clube do estado de Pernambuco e foi num campeonato NNE em Fortaleza, que a atleta havia batido 00:26.59, ainda em 2023. Esse tempo serviu como condicionante para arriscar a seletiva olímpica. Registros sugerem que Karen seja a segunda atleta do RN, em toda a história da natação potiguar, a participar de uma seletiva olímpica, além de Ana Catarina Azevedo em 1991, quando tentou o índice nos 100 m Costas, sua especialidade.
A atleta já havia feito 00:25.99 nos 50 m Livre, batendo o recorde Norte-nordeste de Etiene Medeiros, em julho de 2022. Além disso, Karen tem um extenso currículo em provas de velocidade, sua especialidade na natação competitiva, tendo-se tornado a nadadora que havia rompido o melhor tempo de Gisele Morais nos 100 m Livre, como melhor tempo até então registrado no RN. Isso porque os recordes absolutos ainda não foram homologados pela Federação potiguar, por isso consideramos o "melhor tempo registrado" em condições de reconhecimento (federada, nadando por clube/seleção do RN).
Para ter a chance de arriscar uma vaga para Paris 2024, o índice da prova era 00:26.87, e as 30 maiores velocistas do Brasil encararam a seletiva no intuito de atingir os 00:24.70, um dos índices mais exigentes e bem próximo do recorde brasileiro de Etiene Medeiros, com 00:24.45, estabelecido nas olimpíadas do Rio 2016.
Numa rede social, a atleta fez questão de compartilhar sua emoção:
"Quem me conhece sabe da minha paixão pelo esporte e o quanto eu me sacrifico para poder estar “treinando” diariamente e me manter com índice classificatório para os campeonatos brasileiros absolutos (...). Tenho total ciência da minha realidade (proletária que trabalha o dia todo (e meu trabalho não é treinar😅), chego a dar 10 aulas em um só dia e ainda assim tento fazer meus 30min de natação e 30 min de preparação física! (treino específico e eficiente para velocidade); portanto, só em estar presente e ser a única a representar o RN em um campeonato de tamanha magnitude, rodeada de atletas profissionais (que são renumerados e vivem do esporte, treinam 8h por dia e afins) eu me sinto realmente muito vitoriosa!!"
A visão diferenciada de Karen demonstra o quanto a natação feminina do RN tem evoluído e esperamos com isso, que mais e mais garotas sintonizem a ideia para não se deixarem vencer. Nós que estamos na beira da piscina percebemos quando tantos talentos surgem e só podem se manter a troco de muito esforço aqui no RN. Pode parecer um paradigma a ser quebrado, mas isso hoje, depende muito mais das atletas e principalmente, da forma como seus treinamentos são conduzidos, para além de um estado psicológico em que certas provas se ganha a partir da largada.
Karen finalizou a seletiva olímpica ainda nas eliminatórias, no último sábado, 11 de maio. Seu melhor tempo teria dado a segunda colocação na final B dos 50 m Livre. Na atualidade, é sem dúvida a maior velocista que o RN já produziu. Esperamos que sua inspiração seja um exemplo para as garotas que estão surgindo, a se dedicarem e encararem desafios, sempre acreditando no próprio potencial.
No mundo aquático desde 1992, Franklin Rodrigues destaca o que há de melhor do RN nas piscinas ou no mar Brasil à fora.
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