Uma pesquisa sobre a atual competitividade do
campeonato estadual foi realizada no período de dezembro de 2016 a janeiro de
2017 e apontou a preferência daqueles que acessam o blog, especialmente o
nadador potiguar. A pesquisa realizada de forma virtual manteve a discrição de
quem votou e envolvia a seguinte pergunta: Para
um Estadual mais participativo e competitivo, o que precisaria melhorar em
2017?
A pesquisa também havia se estendido de forma exclusiva ao grupo “Natação Máster do RN” no Facebook, compartilhada na página da Natação do RN e em diversos grupos de nadadores (também do Facebook), a fim de colher com a máxima confiabilidade a opinião daqueles que participam e acompanham de perto o Campeonato Estadual de Natação. Os resultados são visíveis a olho nu, mesmo que se ignore a importância da participação do nadador de forma democrática. Confira os gráficos:
![]() |
Gráfico A |
![]() |
Gráfico B
|
No gráfico A, a porcentagem indica de forma relativa em
relação às diversas opções que o participante poderia marcar. Já no gráfico B,
a classificação feita pelo Facebook foi automática indicando em números reais a
quantidade de votos. Juntando ambos os resultados em números absolutos,
encontramos:
Opções
|
Votos
|
%
|
Qualidade das medalhas e
premiações
|
20
|
23,53
|
Inclusão de novas provas
|
17
|
20,00
|
Locais e instalações das
piscinas
|
13
|
15,29
|
Horário e dias de competições
|
8
|
9,41
|
Instalação de placas e score
|
7
|
8,24
|
Competição em piscina de 25m
|
6
|
7,06
|
Arbitragem mais rigorosa e
qualificada
|
5
|
5,88
|
Premiação dos melhores índices
técnicos
|
4
|
4,71
|
Patrocínio para os atletas mais
“eficientes”
|
3
|
3,53
|
Categorias redistribuídas
|
2
|
2,35
|
Solenidade de premiação no
pódio
|
0
|
0,00
|
Total
|
85
|
100
|
Explicando as opções da votação em ordem regressiva:
·
Solenidade de premiação no pódio – indica se deveria continuar do mesmo jeito ou ser melhor
adequada à correria da competição. Em diversas situações, os atletas mal acabam
de concluir a prova e sequer ouvem seu resultado a tempo para dirigir-se ao
pódio. A largada de uma prova com anúncio da série seguinte às vezes atropela o
resultado divulgado com a chamada dos atletas ao pódio. Isso sem contar o
controle que os técnicos deveriam ter para encaminhar os medalhistas ao pódio a
tempo, vestindo a camisa do clube e sem estresse;
·
Categorias redistribuídas – indica a junção ou desmembramento de faixas etárias em vista da atual
desvalorização do campeonato estadual, permitindo maiores participações
quantitativas;
·
Patrocínio para os atletas mais “eficientes” – a CBDA tem indicado em diversos campeonatos regionais e
nacionais os atletas “eficientes”, ou seja, a quantidade de pontuação
individual dividida pelo número de provas nadadas. Um atleta com 05 medalhas de
bronze poderia ter maior eficiência do que outro com 01 ouro e 02 pratas. E como
forma de incentivar maiores participações, a federação patrocinaria aqueles
atletas que mais se interessam pelo campeonato estadual;
·
Premiação dos melhores índices técnicos – há mais de uma década que não temos premiação dos melhores
índices técnicos, que é o tempo do atleta que mais se aproxima do recorde
mundial (diferenciando apenas a categoria júnior, as demais são absoluto pela
FINA). Isso deixa a competição sem exclusividade, como se houvesse
participações relativas, sem que o esforço fosse merecido. Por outro lado, para
ter premiação de índice técnico, no mínimo todas as provas olímpicas (incluindo
400m Medley, 800m livre feminino e 1500m masculino) deveriam fazer parte do
campeonato, tendo em vista que não é só em 50m que se faz melhor índice técnico;
·
Arbitragem mais rigorosa e qualificada – o quadro de arbitragem da FAN tem demonstrado exímio
respeito pela investidura da autoridade durante as competições em relação ao
cumprimento das regras. Percalços aqui ou ali acontecem, como nas melhores
competições do mundo. Em pleno século XXI, reciclagem e atualização devem
sempre andar juntas com a arbitragem;
·
Competição em piscina de 25m – opção diferenciada, tendo em vista as monótonas fases em
piscina de 50m, praticamente o ano todo no mesmo local;
·
Instalação de placas e score – sem contar as falhas durante as competições com o material
cada vez mais precisando de manutenção, são essas tecnologias que deixam o
nadador dentro de um ambiente próprio de competição, tendo em vista os padrões
determinados pela FINA. Alguns nadadores ou equipes de revezamentos nadam mesmo
pelo recorde, pela pontuação extra em relação às outras equipes competitivas.
Diferenças de tempo entre o cronômetro manual e a precisão da placa podem
comprometer semanas ou meses de treinamento (isso sem contar as competições de
escolinhas e do máster);
·
Horários e dias de competições – foi a 4ª opção mais votada. Mesmo que indicações médicas
se contradigam ao obrigar as pessoas a usarem filtro solar no horário das 10h00
às 15h00, isso não significa que o campeonato teria que “fugir” desse horário e
assim, não haver tranquilidade na passagem de uma prova a outra na parte da
manhã. E também, o campeonato necessariamente não teria que ser sempre
realizado na parte em que mais recebemos insolação, se houvesse uma
redistribuição de provas em horários adequados aos nadadores.
·
Locais e instalações das piscinas – 3ª opção mais votada. Com certeza, os nadadores demonstram
na votação que alguns locais evidentemente poderiam ser melhores escolhidos
para a logística que se faz no caminho de casa para a piscina, considerando trânsito e
estacionamento. Locais com piscina de frente para o sol na parte da tarde não
são os melhores, tanto pela visibilidade quanto pela temperatura nos bancos
para se acomodar, e isso é evidente. Sem contar as raias com o agarre para o
nado de costas muito baixo ou nas raias laterais muitas vezes sujas de folhas ou
restos de comida dos garotos. Piso liso molhado é sinal de perigo, e as
instalações de uma piscina para competição não deveria oferecer risco de
acidente nem a pessoas normais, muito menos aos deficientes;
·
Inclusão de novas provas – 2ª opção mais votada. Essa opção estaria relacionada à adequação de
horário e dias de competição, se houvesse uma redistribuição de provas. Nadar
um campeonato estadual e ficar por aqui é diferente de quem participou de um
norte-nordeste ou brasileiro e viu atletas fazendo melhores índices técnicos em
provas longas. Isso sem contar revezamentos que aumentam a competitividade pela
conquista de pontuação extra. A inclusão de novas provas não deveria ser vista
como provas que atrasam a competição – lamentável esse tipo de visão como se tem ouvido nos corredores da federação;
·
Qualidade das medalhas e premiações – a opção mais votada é a mais evidente em praticamente 16
anos da gestão de Galega. Mas é preciso fazer uma ressalva: o padrão de medalha
oferecido pela federação faz parte de acordo de premiação oferecida pela CBDA,
segundo informações não-oficiais* da federação. Ou seja, em relação aos lucros
da federação pelas inscrições dos atletas, não há o que ser investido para um
padrão de medalha que tivesse pelo menos espaço para o atleta colocar os dados
de sua conquista com orgulho “daquele campeonato estadual”. Oferecer medalhas
que atendessem à expectativa dos atletas quando se inscrevem no campeonato
estadual ainda estaria longe de nossa realidade considerando a atual gestão.
* não-oficiais: informações de boca, não assinaladas.
As análises estatísticas de uma simples pesquisa evidencia
a importância da participação do internauta que expressou sua opinião. Mesmo com
os contatos disponíveis no site ou na página do Facebook da federação, esperamos
que as análises também sirvam para evidenciar a intenção de fazer do estadual
um campeonato bem melhor organizado e mais participativo.
Franklin F. Rodrigues
Editor,
escritor e administrador do blog.
Atleta amador
de natação competitiva, com vasta experiência em treinamento pessoal aplicado
com resultados otimizados, formação em curso de natação competitiva
internacional e arbitragem oficial de natação. Como espectador, participou de
um de seus maiores sonhos na natação – Jogos Olímpicos Rio 2016, e apoia as
futuras gerações de nadadores do Brasil.
|
|
Nenhum comentário:
Postar um comentário