A temporada 2017 está-se iniciando com bastante
empolgação. Antes que tracemos planos para o calendário de competições a ser em
breve publicado pela FAN, uma avaliação da temporada 2016 foi feita com base na
opinião de diversos atletas e profissionais da natação que preferiram manter
sua discrição. Portanto, parte das opiniões aqui expostas são um traçado de
idéias congruentes em vista tão somente de evidenciar o que seria melhor para a
natação do Estado, seja nas escolinhas, no absoluto ou no master.
Escolinhas
O circuito de escolinhas segue na sua 12ª edição. O
Colégio Marista foi bicampeão seguido diante de outras 27 equipes listadas no
ranking anual de 2016. É notório o número crescente de participações,
principalmente na última etapa realizada no Colégio Nsa. Sra. das Neves, no dia
15 de novembro, que chegou a quase 200 crianças despontando na natação. Criado para
motivar as primeiras participações dos nadadores em competições oficiais
principalmente do mirim ao infantil, o circuito de escolinhas talvez seja o único
escopo de competições da FAN que mais tem crescido nos últimos anos.
Das 28 entidades listadas no ranking final, somente
04 eram não-estudantis. Se por um lado, o grande número de escolas fazem seus garotos ingressarem em suas primeiras competições no circuito de
escolinhas, por outro lado temos cada vez menos participações de clubes. Note-se
que essas entidades estudantis têm demonstrado compromisso com a formação e educação
escolar fazendo da natação disciplina parte de sua grade curricular necessária
ao crescimento das crianças em todos os benefícios pessoais e sociais que a
natação promove.
Absoluto – federados
A novidade de 2016 foi a sagração do Colégio
Expansivo como o novo campeão estadual, que logo nas primeiras etapas disparou
na pontuação e seguiu favorito ao título. Ainda na 2ª etapa realizada nos dias
07 e 08 de maio, Zezé (+1998) havia sido homenageado por seus familiares e atletas
que fizeram parte de sua equipe do SESI nas décadas de 1970, 80 e 90. Muitos deles
se inspiraram no exemplo de Zezé (+1998) e hoje seguem a profissão de educador
físico. Já o prof. João Cruz (conhecido como Joãozinho) também foi homenageado
na última etapa, relembrando sua importante contribuição na formação do nosso
nadador olímpico Marcos Macedo que representou o Brasil nos Jogos Rio 2016.
No entanto, o campeonato que durante anos foi um
dos mais disputados hoje pede socorro. É lamentável passar um raio-X no
campeonato estadual absoluto (todas as categorias oficiais) e encontrar números
cada vez mais decrescentes. Cada vez menos participações de atletas registrados
na federação e cada vez menos recordes ou desempenhos que apontem qualidade nas
disputas das séries. É verdade que alguns gatos pingados se destacam, mas quase
não se acredita que um campeonato que antes teria de 200 a 250 participações
hoje tenha tido etapas com menos de 100 atletas.
Listar ponto a ponto o que tem desvalorizado o
campeonato estadual absoluto talvez seja tarefa da FAN em relação ao cativo do
nadador, alguns não mais veem o estadual como trampolim para seus melhores
desempenhos lá fora. Na última etapa, um nadador que havia feito um tempo
inédito no 400m Livre há alguns anos, hoje beirava 01 minuto acima daquele tempo, disputando centésimos pelo ouro, retrato da desvalorização
do campeonato estadual.
Em se tratando de campeonato estadual, repito, é o
campeonato estadual que teria somente as placas e o escore de diferente em
relação ao circuito de escolinhas e o máster. Até o Marcos Macedo preferiu experimentar o ambiente máster, sem contar os paratletas que
disputam lado a lado diversas provas no máster, considerando seus tempos
oficiais.
Master
A UFRN voltou a subir o pódio como campeã estadual,
tornando-se bicampeã seguida (2015 e 2016). Entre 2005 e 2007, os nadadores
masters eram incluídos no circuito de escolinhas promovido anteriormente. Antes
do estadual, a equipe com maior número de títulos no circuito master foi o
CEPE, que passou 07 anos, de 2008 a 2014, liderando o ranking das equipes.
Surpreendentemente, ao mudar o escopo de circuito
para a oficialização do campeonato estadual master, diversas equipes têm
investido para fortalecer seus nadadores masters na briga pelo ranking anual.
Comparativamente, só a UFRN manteve-se no topo, enquanto as demais equipes
trocaram de posições a cada ano. O número de participações manteve-se
relativamente o mesmo: enquanto alguns novos nadadores foram inseridos no
ambiente máster, outros deram um tempo nas competições.
Aquém do investimento que alguns técnicos se
arriscam por seus nadadores masters, nem sempre as solicitações enviadas à FAN
para melhoria dessa categoria foram ouvidas. Se contarmos o número de atletas
não-participantes em 2016 que freqüentemente participaram de competições nos
anos anteriores, talvez cheguemos a quase o dobro dos que participaram das
competições masters, muitos deles desmotivados por questões mal respondidas.
A categoria master também precisaria de uma
representatividade que encontrasse afinidade de pensamento para reivindicar
maior respeito tanto por quem deixou seu histórico em anos de natação na federação,
quanto os que gostariam de experimentar um ambiente digno de competição como
outro qualquer, independente da denominação “master” ser discriminada em
relação aos “federados”.
Marcos Macedo e os Paratletas
Em 2016, Marcos Macedo simplesmente foi o cara. Disputou
o troféu Maria Lenk tenso e teve a sorte de os outros atletas que buscavam vaga
olímpica também estarem tensos ou pior do que ele e assim garantiu sua vaga
olímpica. Nos Jogos Olímpicos Rio 2016, “Marquinho” registrou a inédita participação
de um nadador potiguar numa olimpíada, feito sonhado por tantos atletas de ontem
e de hoje. Não esteve só, seu técnico Rodrigo Vilar o acompanhou junto com sua
família em seus melhores momentos durante as Olimpíadas Rio 2016.
Outro motivo de orgulho para a natação do RN foram as
participações dos paratletas potiguares nos Jogos Paraolímpicos: Clodoaldo
Silva , Joana Neves, Adriano Lima, Rildene Fonseca e Edênia Garcia. Desses, só
Edênia havia sido radicada pro Rio de Janeiro e lá teve sua preparação para
representar o Brasil nos Jogos. Clodoaldo marcou suas últimas aparições em
jogos paraolímpicos em 05 edições, colecionando desde Sidney 2000: 06 ouros, 06
pratas e 02 bronzes, além de ter tido a suprema honra de ascender a pira nas
Paraolimpíadas Rio 2016. Promessa da natação potiguar, Joana Neves estreou nos
jogos com 02 pratas e 01 bronze. Adriano e Rildene também deram adeus aos jogos
paraolímpicos após decisivas participações para orgulho do Brasil.
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