A cada dia, vemos crescer mais e mais as provas de águas
abertas. E, quando tocamos nesse assunto, surgem várias dúvidas em relação à
alimentação em diversas situações que podem ocorrer antes ou durante as provas.
Dessa forma, o período antes e sobretudo durante a prova é muito importante
para a performance, principalmente se a prova for mais longa (05 km ou mais). Assim, para qualquer atleta, inclusive para o
que compete em terra, o objetivo primordial é otimizar estoques de glicogênio e
hidratação do corpo antes de cair na água.
Dica:
O objetivo durante a prova é complementar outras fontes de
energia do nosso corpo (glicogênio e gordura); o foco está em consumir
carboidratos (um mínimo de 30 a 60 gramas por hora) de forma rápida em
quantidade que o corpo possa facilmente digerir e metabolizar enquanto nada.
Dica:
O que comer
Outros nutrientes, como aminoácidos, proteínas e
eletrólitos, poderão ser adicionados desde que não interfiram negativamente na osmolaridade* da mistura, o que pode
diminuir a disponibilidade de carboidratos e água. Devemos respeitar a
individualidade biológica de cada atleta e não esquecer o tipo de prova
percorrida, local, clima, água (doce ou salgada), horário da prova e qual a
melhor forma de alimentação ou suplementação durante a prova.
É importante lembrar ainda que um nadador de águas abertas também pode encontrar diversas condições meteorológicas diferentes no dia da prova, que podem influenciar e prejudicar o desempenho durante a competição.
É importante lembrar ainda que um nadador de águas abertas também pode encontrar diversas condições meteorológicas diferentes no dia da prova, que podem influenciar e prejudicar o desempenho durante a competição.
Abaixo, seguem algumas dicas para
maratona aquática:
- O planejamento nutricional ideal com fracionamento da dieta começa no dia anterior à prova e consiste em comer três refeições completas e três lanches, incluindo um na véspera da prova antes de dormir e outro como desjejum na manhã seguinte
- Evite alimentos que possam causar má digestão, como grãos (feijão, milho, ervilha, grão de bico) e gorduras (frituras, molho branco com queijo ou creme de leite, queijos gordurosos, empanados, à milanesa)
- Priorize carboidratos na dieta, ingerindo pratos à base de batatas, arroz, pão e macarrão; não exagere na quantidade e coma apenas o suficiente
- Não comprometa o sono em troca de mais uma oportunidade de se alimentar
- Durante a prova, alimentos líquidos são bem tolerados, pois são mais fáceis de deglutir e não exigem mastigação
- Para minimizar quedas de performance associadas à hipoglicemia-rebote*, procure não se alimentar muito próximo ao horário da largada – pelo menos trinta a 45 minutos antes dela
- Combine várias fontes de carboidratos para otimizar utilização dessa fonte de energia
- Aumente a hidratação bebendo mais água, água de coco, sucos diluídos ou chás; tenha sempre por perto uma garrafa de água ou isotônico, pois isso fará diferença
- Prefira alimentos preparados de forma mais simples, sem molhos pesados e cremes, somente cozidos ou assados
- Durante refeições, evite bebidas concentradas ou gaseificadas; prefira sucos diluídos em água ou água mineral sem gás
* Osmolaridade: Quantidade de
partículas dissolvidas em um determinado solvente. Quanto maior a osmolaridade,
maior a pressão osmótica do soluto sobre o solvente.(Wikipédia)
* Hipoglicemia-rebote:
Quando um exercício é iniciado com altos níveis de glicose e
consequentemente elevação da liberação de insulina, ocorre a hipoglicemia
rebote, pois durante o exercício há translocação de GLUT-4 (transportador de
glicose) por meio de um mecanismo independente de insulina, ocorrendo uma
excessiva captação de glicose e diminuição rápida da glicemia após os primeiros
15 minutos de exercício, ocasionando menor desempenho. (sncsalvador.com.br)
Fonte:
Informativo
ABMN Ano XXIV n°
95 – Renê Leite (Nutricionista especialista em fisiologia)
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