Reportagem
publicada no Jornal da USP, em 09/06/2022:
Os impactos da contaminação da água por agrotóxicos na saúde humana foram tema de reportagem na Rádio e no Jornal da USP em abril deste ano. A reportagem “Alto índice de agrotóxicos nas águas da torneira de diferentes cidades brasileiras” abordou levantamento divulgado pelo Sistema de Informação de Vigilância da Qualidade da Água, o SISAGUA, órgão do Ministério da Saúde, dando conta de que uma mistura de 27 agrotóxicos diferentes foi encontrada na água para consumo humano em mais de 2,3 mil cidades do Brasil, incluindo Ribeirão Preto e São Paulo, com considerações de especialistas da Universidade sobre o tema.
Ouvintes
e leitores levantaram questionamentos sobre as formas de evitar esses impactos,
e a equipe foi ouvir o professor Luiz Fernando Ferraz da Silva, do curso de
Medicina da Faculdade de Odontologia de Bauru (FOB) da USP. Para o professor, é
impossível evitar completamente a presença dos agrotóxicos no cotidiano.
“A fervura da água antes do consumo e a utilização de filtros barram alguns agrotóxicos, mas não eliminam totalmente a presença dos compostos químicos”, conta o professor.
Ferraz
explica que o agrotóxico, quando consumido em baixas quantidades, não apresenta
ameaça à saúde humana. O problema dos compostos está no efeito cumulativo no
organismo, já que os agrotóxicos estão presentes não só na água, mas também nos
alimentos.
Lavar
bem as folhas, verduras e legumes e, quando possível, retirar a casca das
frutas ajudam a diminuir a presença dos compostos químicos no organismo e,
consequentemente, minimizam as chances de problemas de saúde futuros causados
pela intoxicação. Processos inflamatórios crônicos e disfunções metabólicas são
as consequências mais comuns causadas pelo excesso de defensivos agrícolas e
compostos químicos advindos da poluição. Além disso, os agrotóxicos também
podem potencializar problemas já existentes, conta Ferraz.
Papel
do poder público na diminuição do uso de agrotóxicos
A
presença de defensivos agrícolas, conta o professor, “é essencial para manter a
produtividade e garantir a alimentação da população”. Para Ferraz, uma
estratégia é tentar diminuir a quantidade de agrotóxicos em larga escala para
preservar o meio ambiente e melhorar a saúde pública, garantindo assim uma
economia funcional e mais qualidade de vida à população. Segundo o professor, o
uso de agrotóxicos afeta não só o organismo humano, mas também contamina
lençóis freáticos e causa dano ao meio ambiente.
Fonte: Jornal da USP
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