A campeã mundial e olímpica de Águas Abertas, Ana Marcela Cunha, foi convidada pela FINA para dar palestras durante o campeonato mundial júnior de Seicheles. As palestras foram direcionadas exclusivamente para atletas que integraram a seleção brasileira que estão participando da competição, com presença do técnico da seleção Rogério Arapiraca, além do treinador de Ana Marcela, Fernando Possenti.
“Não crie expectativas, crie estratégias.”Ana Marcela Cunha
Já no mundial, no penúltimo dia antes de iniciar a competição, a FINA promoveu palestras também com o treinador de Ana Marcela, Fernando Possenti, que é sete vezes vencedor do FINA Open Water Coach of the Year [Técnico do Ano em Águas Abertas] (2014-2019, 2021). As palestras se direcionam a outros técnicos presentes e atletas do mundial júnior de vários países.
“Estamos aqui para ouvi-los, ouvir de vocês, treinadores e atletas, para falar sobre como podemos crescer e aprimorar nosso esporte de águas abertas”, disse Possenti. “Não quero que seja só eu falando: estamos aqui para trocar conhecimentos e experiências em mar aberto”.
É a primeira vez que a FINA promove sua "master class" [palestra] de coaching, antes de campeonatos de Águas Abertas. Mais do que apenas transmitir informações dentro da mente de Possenti, a ênfase estava no intercâmbio. Possenti e Cunha começaram enfatizando o componente estratégico da alimentação no meio da prova. “Você precisa tomar uma decisão antes do pontão de alimentação”, disse Possenti.
Qualquer que seja a estratégia que o atleta escolha num determinado momento da prova, uma regra universal se aplica: Fique calmo naquele momento; seja suave naquele momento.
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| Créditos: Sérgio Silva, Diretor de Águas Abertas da CBDA |
Preocupação especial
Assim como existem regras de jogo limpo no campo, elas também se aplicam à área de alimentação. As equipes usam cores e bandeiras em seus tacos e garrafas para facilitar que seus atletas encontrem suas bebidas.
Apesar de enfatizar que não é nutricionista, Possenti observou como a temperatura do ar e da água do curso influenciou quando – e com que – Cunha bebeu diferentes corridas. Com o calor sufocante em Tóquio no verão passado, tudo até o tipo de sódio que Cunha consumiu em sua garrafa foi bem pensado e testado nos treinos antes do dia da corrida.
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| Créditos: Sérgio Silva, Diretor de Águas Abertas da CBDA |
Motivação
Com tanto foco em acertar as coisas, Possenti enfatizou aos atletas mais jovens sobre a motivação e a atenção aos detalhes – não importa a situação.
Nos dois meses que antecederam o Campeonato Mundial da FINA de 2017, Ana Marcela ficou confinada principalmente a treinar numa pequena piscina de apartamento cheia de água a 32 graus. O ambiente de preparação pode não ter sido o ideal, mas Cunha e Possenti focaram no que podiam controlar.
Quando os campeonatos mundiais vieram, Ana Marcela conquistou três medalhas em três provas no Lago Balaton. Uma delas foi o ouro nos 25km, prova em que acertar a estratégia de reabastecimento e reidratação é de extrema importância.
Nas palavras de Possenti:
“Se você não acertar as pequenas coisas, também nunca fará as grandes coisas direito”.*
Vídeo
Vídeo com um trecho da palestra:
Em 2021, a brasileira havia conquistado o título de Melhor Nadadora de Águas Abertas do Mundo com o troféu Best Female Open Water Swimmer 2021 da FINA .
* Fonte: FINA
No mundo aquático desde 1992, Franklin Rodrigues destaca o que há de melhor do RN nas piscinas ou no mar Brasil à fora.
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