O nadador Júlio César da equipe do Sesi/RN tornou-se campeão brasileiro de Águas Abertas, ao vencer não só uma, mas duas provas durante a Copa Brasil promovida pela CBDA. A competição nacional reuniu mais de 70 atletas só na prova dos 1,5 km em que Júlio conquistou sua primeira medalha de ouro, além de também vencer a prova de 2,5 km na categoria sênior D (40+).
A 6ª etapa da 11ª Copa Brasil de Águas Abertas aconteceu no período de 31 de maio a 02 de junho, em Fortaleza/CE. A competição exclusiva da modalidade de Águas Abertas teve arbitragem oficial da FCDA – Federação Cearense de Desportos Aquáticos, sendo realizada concomitante ao Circuito Sul-americano de Clubes e Seleções de Águas Abertas, junto com o Campeonato Brasileiro e o Troféu Marcelinha Cunha de Águas Abertas. Enquanto a CONSANAT foi a responsável pelo sul-americano, a CBDA realizou as demais competições previstas em seu calendário oficial.
Integrando a equipe do Sesi/RN junto com o blogger Franklin Rodrigues, únicos do RN, Júlio César veio destemido para encarar 03 provas (1,5 km, 5,0 km e 2,5 km), num total de 09 km de natação no mar. Seguindo a programação, logo na sexta-feira (31), o atleta que é nascido no Rio Grande do Sul subiu ao lugar mais alto do pódio representando a equipe do Rio Grande do Norte, ao vencer os 1,5 km.
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| Blogger Franklin Rodrigues e o gaúcho Júlio César Copa Brasil de Águas Abertas 2024 - etapa Fortaleza/CE Arquivo pessoal |
Já no sábado (01 de junho), Júlio encarou a prova mais longa da Copa Brasil e conquistou a prata nos 05 km. Finalizando sua saga de 09 km de competição, Júlio ainda garantiu o ouro nos 2,5 km, no domingo (02).
O atleta conta um pouco de sua relação com a modalidade, além de ter sofrido um AVC e conseguido se recuperar para voltar às competições.
“É a primeira vez que ganho, sou do Rio Grande do Sul, marava no Tocantins até os 15 anos, nadava em piscina dos 10 aos 15 anos. Fui da seleção do Tocantins e nadava provas de fundo, medley e peito (principal era fundo). Já tinha participado de estaduais (Tocantins), do Norte-nordeste de seleções, centro-oeste de clubes e jogos da juventude. Fazia algumas travessias só por desafio nessa época (lagoas e rios) com meu pai no barco. Dai parei de nadar, quando fui fazer o segundo grau no Rio Grande do Sul”.
“Só voltei a nadar depois da residência médica para perder peso, estava com quase 100 kg. Em Natal, nado desde 2011 na Nadar’t, mas não me interessava muito por competir, só para manter o peso mesmo. Só tinha nadado aquelas provas da hammerhead [em 2016]”.
Júlio também fala de sua relação com o pai que foi determinante para a prática da natação, além referir-se a um artigo publicado que serviu de inspiração:
“Em 2022, ganhei aquele estadual de águas abertas no RN [competição da FAN]. Daí, em outubro de 2022, meu pai morreu, era o meu companheiro dessas travessias, passei um tempo sem muita vontade de nadar. No fim de 2022, já estava nadando normalmente, só que não pensava em competir. Li aquele artigo no teu blog que vc falava sobre o seu pai e resolvi participar da Copa Brasil (já sabia que ela existia).
“Quando estava para ir para Brasília, tive um tipo de AVC (trombose venosa cerebral), um mês deitado... , depois [de dois meses] podia nadar, mas não forte, e fui liberado. Nadei aquelas provas lá por Natal e agora, vim nessa etapa de Fortaleza da Copa Brasil”.
Em 2023, Júlio havia conseguido entrar no ranking nacional pelo critério mínimo de participação em 06 provas e finalizou o ano em 3º lugar no ranking brasileiro da categoria sênior D. Na parcial da categoria, Júlio está em segundo lugar até o momento, faltando o segundo semestre com 08 etapas pela frente, até o encerramento na etapa de Inema, Salvador/BA.




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