Expectativas para 2021

O ano que se iniciou promete muito mais desafios do que em 2020. Uma coisa devemos ter em mente que é também saber valorizar os momentos de dificuldades e que eles fazem parte da conquista. Para instigar nosso início de ano, conversamos com a presidente da FAN que gentilmente colaborou com informações cruciais sobre a temporada de competições deste ano. As expectativas são as melhores possíveis diante do ano que desponta.

Não é à toa o que um atleta passa nos treinamentos até poder subir ao pódio. Isso reflete diretamente no dia a dia da vida além do esporte, porque existem valores inatos caraterísticos que todo atleta adquire e com certeza levará pro resto da vida, podendo aplicá-los em várias áreas. A experiência dentro da piscina como atleta facilita bastante o enfrentamento de certas dificuldades, como a que tivemos que enfrentar ainda em 2020 provocada pela pandemia do corona-vírus. Foi preciso se desdobrar em treinos em casa, com o máximo de cuidados possíveis e seguindo os protocolos recomendados. Os resultados apresentados já no final do ano não revelaram meros "superatletas", apenas demonstraram o quanto é possível contornar dificuldades com inteligência para atingir uma meta.

Inteligência: eis uma palavra desafiadora para quem é nadador. Na prática, a natação ajuda bastante no desenvolvimento de metas escolares. Quanto a isso, estamos tranquilos: é difícil ouvir falar de nadadores relapsos, principalmente para quem mais se dedica ao esporte. Foi com inteligência que encontramos formas de driblar os efeitos da pandemia e é com inteligência que podemos utilizar o individualismo da natação a favor do cuidado com a saúde do próximo.

Nesse quesito, perguntamos à Rosileide Brito, pte. da FAN, sobre a possibilidade de uma vacina minar os efeitos da pandemia de imediato.

Acho que tá muito grande o índice de pessoas infectadas e a tendência é piorar. 15 dias depois do ano novo, devido às festa de final de ano, mas eu estou com esperança muito grande de que a vacina saia logo. Creio que no máximo no final de fevereiro já deve ter as vacinas, pelo menos praquele primeiro grupo. Como nossas competições já fizemos uma no auge da pandemia, não tem mais dificuldade de fazer outra não.

Além disso, entramos no ano da realização dos Jogos Olímpicos, justamente adiados para 2021. O maior espetáculo esportivo do Planeta (e até agora do Universo) também tem sofrido os efeitos das indecisões decorrente do enfrentamento contra o covid-19.

A gente tá na expectativa que realmente aconteça, mas existem algumas notícias que o COI tá querendo cancelar de novo - Disse Galega. Então assim, eu acho que a perspectiva do Brasil é muito boa, caso tenha a oportunidade, alguns atletas estão treinando, mas a gente espera que realmente tenha a olimpíada. Mas eu, sinceramente, na minha opinião pessoal, eu acho que deveria ser adiada mais uma vez pra 2022, seria muito mais seguro pra todo mundo. Porque até julho, a gente não vai ter vacina pra todo mundo, então é um risco que se corre. Eu acho que o mais sensato seria adiar mais uma vez, mas se acontecer né.

Mesmo diante dos resultado favoráveis apresentados pela seleção brasileira desde o Mundial de Hangzhou 2018, com o recorde surpreendente no 4x200m Livre Masculino, passando pelos ótimos resultados do mundial de Gwangju 2019, com as medalhas de Bruno Fratus, a presidente da FAN alimenta esperanças na Olimpíada de Tóquio:

Eu creio que o Brasil na natação tenha grande chance de trazer uma medalha, mais uma vez, principalmente com Bruno Fratus. (...) Eu creio que ele tenha muita chance de ganhar uma medalha, eu acho que entre os três do mundo com certeza ele vai ficar. Já continua treinando muito e eu acho que a maior esperança do Brasil é essa.

Bruno Fratus sem dúvida estará numa seleção de peso, se a olimpíada for confirmada pra este ano. E por sua relação com a natação potiguar, mais do que nunca, estaremos torcendo por seus resultados, assim como foi com Marcos Macedo, nosso campeão mundial.

Promessas também para as olimpíadas são os atletas Luíza Rodrigues e Ney Lima Filho. Luíza saiu de Natal e hoje treina na seleção brasileira de nado artístico no Rio de Janeiro/RJ, enquanto Ney se mantém no Minas Tênis Clube, em Belo Horizonte/MG.

Eu creio que pra essa olimpíada, não. Talvez mais pra próxima, porque agora já tá quase que formada a seleção de nado artístico, eu acho que Luíza pra essa, não. Mas com certeza, uma seleção júnior ela já faz parte né. Então eu creio que ela tenha perspectiva pra outra olimpíada, não pra essa de agora  – disse Rosileide Brito.

Ano passado (2020), durante o Campeonato Brasileiro Absoluto de Natação – Troféu Brasil, Ney foi 7º nos 100 m Costas. O atleta já havia sido campeão brasileiro de categoria, mas agora enfrentou a categoria absoluto. Melhor tempo de Ney nos 100 m Costas hoje é 57.16'' [índice olímpico é 53.85''].

Pra outra olimpíada [França 2024], temos a perspectiva sim de Ney Lima Filho. Eu estive com ele agora antes de viajar pra Brasília e ele disse que tá firme e forte lá no Minas. Tem tudo o que realmente um atleta precisa, ele mora em frente ao clube e realmente tá treinando muito. Então eu acho que uma esperança pra olimpíada não desse ano, mas da seguinte (...) será de Ney Lima Filho. Aí sim, como Marcos Macedo, mais um potiguar, fazendo parte da seleção brasileira, se Deus quiser  – confirmou a pte. da FAN.

Sentimos que 2020 não foi lá como se podia ter planejado. Inventamos e nos reinventamos, usamos a inteligência e mais do que tudo, fomos compreensivos e solidários. Que a temática da solidariedade anteriormente tão valorizada em nosso país, hoje compartilhada por todo o mundo, atinja o espírito de quem fará os Jogos Olímpicos Tóquio 2020(21) e sensibilize quem acha que ganhar sozinho vale a pena. Não vale. Muito mais do que ganhar sozinho numa raia isolado, é saber enfrentar séries e mais séries e numa final ter mais 07 do seu lado pra comprovar o quanto valeu à pena estar entre os melhores.

Não é desculpa. E se algum dia você pensou assim, procure um especialista pra tratar de sua neurose, porque de fato não são desculpas aqueles "significados" que um atleta carrega pra se estimular diante de um desafio. Competimos contra adversários, competimos contra o melhor tempo, competimos contra as classificações e competimos por nossa equipe. Mas também competimos pra chegar cedo no treino, competimos pra dar resultados na série e competimos pra nadar limpos. E o resultado de tudo isso se imprime naquela autoestima que só a natação pode proporcionar. Pois, não competimos apenas pra sermos os melhores, competimos para nos sentimos melhores, com paz de espírito e amor próprio.

Renovemos nossas melhores expectativas para o ano que desponta.