* Adaptado
Chegamos
à marca de 08 meses após a realização dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. E
temos visto largamente o debate sobre o legado olímpico tomando conta da mídia.
Após o cancelamento de diversos patrocínios, várias reclamações insinuam que os
patrocinadores resolveram “surfar” na onda olímpica e, depois, descartaram o
esporte como meio de promoção da marca. Ao que tudo indica, o coitadismo é um
dos primeiros legados pós-Rio 2016.
O esporte resolveu se colocar no papel
de vítima da falta de patrocínio após os Jogos. O mercado virou o grande vilão
pelo desinteresse dele em investir no esporte depois que a febre olímpica
passou. Só que será que a culpa é de quem parou de investir ou de quem não tem
o que vender?
O esporte precisa parar, urgentemente,
de se fazer de vítima. Considere: O que foi oferecido aos patrocinadores como
projeto de investimento antes, durante e após as Olimpíadas? Num país em que a
cultura de investimento em patrocínios (esportivo ou não) é baseada quase toda
na exposição de mídia, não dá para se esperar que o dinheiro continue a existir
quando o patrocinado deixa de ser “tendência”.
Patrocínio não é caridade. E a falta de
investimento deve ter um motivo que vai além da ganância das empresas. Em vez
de se fazer de vítima, o esporte deve se perguntar: “Por que não somos mais
atrativos?”. Existem empresas que só estavam preocupadas em não perder o
momento de investir no maior evento esportivo do mundo no quintal de casa, mas
há aquelas em que o esporte passou a fazer parte do seu plano de investimentos.
Por que essas marcas não estão mais com
os atletas? O que foi oferecido a elas depois que a onda olímpica passou? Qual
é o retorno que houve para a marca nesse período olímpico? O que o atleta ou o
esporte ajudou a marca a vender mais, ganhar clientes, fazer negócio a partir
desse patrocínio?
São essas as respostas que muitos atletas
não sabem dar. E que por conta disso não poderiam adotar o discurso do
coitadismo. Repetindo: Patrocínio não é caridade, e quem vive do esporte
precisa entender isso. Só a performance esportiva não é suficiente para que uma
empresa deposite dinheiro num atleta, numa modalidade ou numa instituição.
Além de saber dos atletas quantos
patrocínios eles perderam, convém a pergunta: “O que vocês ofereceram para o
patrocinador?”. Ou, continuaremos a ter o legado do coitadismo em alta na
ressaca olímpica brasileira.
Fonte:
Erich Beting in LinkedIn
Franklin F. Rodrigues
Editor, escritor e administrador do blog.
Atleta amador de natação competitiva, com vasta
experiência em treinamento pessoal aplicado com resultados otimizados,
formação em curso de natação competitiva internacional e arbitragem oficial
de natação. Como espectador, participou de um de seus maiores sonhos na
natação – Jogos Olímpicos Rio 2016, e apoia as futuras gerações de nadadores
do Brasil.
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