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Bruno Fratus: Um recado aos pais de atletas

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Um alerta para pais e mães de atletas foi publicado recentemente [original em: 14 de junho de 2021] numa rede social pelo nadador Bruno Fratus. Vice-campeão mundial e medalhista olímpico da natação brasileira, Fratus demonstrou preocupação com a forma como alguns pais investem numa "carreira de atleta" de seus filhos.



"Hoje vi algo aqui que me fez pensar (e não foi a primeira vez).
Criança de 11 anos com um perfil de IG [sit.] administrado pelos pais todo voltando para 'carreira' na natação.
Acompanhamento nutricional, análises de provas, biomecânicas, agradecimentos a apoiadores, pacote completo!
Gente... papais e mamães: CRIANÇA TEM QUE SER CRIANÇA!
Parem de privar os seus filhos de uma das experiências mais gostosas do esporte: BRINCAR DE COMPETIR.
Entendo que a intenção é a melhor possível... mas o potencial para se criar um trauma é GIGANTE!"

Só para lembrar, alguns dos maiores nadadores da história olímpica começaram se identificando naturalmente com o ambiente aquático e pelo que se sabe, não passaram por nenhuma pressão, seja de pais ou de amigos, para se tornarem o que são hoje. Ian Thorpe (AUS) e Michael Phelps (EUA) são exemplos.

Ian Thorpe foi o mais jovem nadador olímpico a conquistar uma medalha de ouro e ao mesmo tempo bater um recorde olímpico, nos Jogos de Sidney 2000. Aos 17 anos, ele venceu os 400 m Livre e estabeleceu novo recorde olímpico da prova. Mas Thorpe começou nadando quase que levado pela irmã, como quem não tivesse outra opção para fazer, porque gostava de ver a irmã nadando.

Michael Phelps foi o mais jovem nadador com apenas 15 anos de idade que participou de uma final olímpica. De forma similar, Phelps observava suas irmãs nadando e competindo, para depois descobrir o interesse próprio pelo esporte.

Damos exemplos próprios da natação, sem contar inúmeros outros grandes campeões e recordistas, porém um exemplo emblemático do futebol não pode passar despercebido. Um recente documentário sobre o Rei Pelé revelou a relação de um grande talento com um momento histórico em que o Brasil e o mundo passava nas décadas de 1950 a 70. Uma das queixas produzidas era essa coisa de jogadores que fazem carreira para ganhar dinheiro.

Com todo respeito pelo talento do jogador Neymar, perceba: Dois raios não caem no mesmo lugar. Muitos pais e mães de atletas se esquecem que Neymar teve a sorte de 1 a cada 7 bilhões de pessoas no mundo. E tentam forjar grandes talentos na esperança de sucesso, fama e dinheiro.

O recado de Bruno Fratus realça o cuidado que pais e mães precisam ter antes de provocar qualquer trauma. Lembre-se que só o fato de seu filho estar praticando um esporte longe das mazelas da sociedade, isso já é de grande valor para a formação de uma pessoa. E que, a exemplo dos grandes campeões, os talentos surgem naturalmente sem necessidade neurótica de adiantar fases.

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