A Federação
Internacional de Natação – FINA irá celebrar no dia 19 de julho seu 110º
aniversário de fundação. A data faz memória ao encontro em Londres, no Hotel
Manchester, a 19 de julho de 1908, quando as federações filiadas presentes
foram convidadas para a festa de fundação em Lausanne, na Suiça. O texto a
seguir é uma tradução livre do original publicado no link da FINA, fazendo menção aos grandes momentos e heróis dos
esportes aquáticos: natação, maratonas, saltos, pólo e nado artístico.
Esta é uma seleção aleatória, uma espécie de
aperitivo, até que o bolo de aniversário chegue.
1.
Phelps, o melhor
Michael Phelps
(EUA) é o melhor atleta olímpico da história (em todos os esportes), com um
total de 28 medalhas da natação nos Jogos, de 2004 a 2016. Abrangem: Atenas 2004
(06 de ouro e 02 de bronze), Pequim 2008 (08 de ouro); Londres 2012 (04 de ouro
e 02 de prata) e Rio 2016 (05 de ouro e 01 de prata).
2.
Longa tradição do pólo
aquático
O pólo
aquático é o esporte de equipe mais antigo do programa olímpico: fez sua
primeira aparição nos Jogos de 1900 em Paris (FRA), apenas com a participação
de equipes de clubes. O pólo aquático feminino estreou nas Olimpíadas de 2000,
em Sydney. Em Tóquio 2020, o torneio masculino será disputado por 12 equipes e
o feminino por 10.
3.
Vitrine Aquática
A primeira
edição do Campeonato Mundial da FINA aconteceu em 1973, em Belgrado, capital da
antiga Iugoslávia. Inicialmente realizada a cada quatro anos, tornou-se um
evento bienal desde 2001. A lista de anfitriões compreende: Belgrado (YUG,
1973), Cali (COL, 1975), Berlim (FRG, 1978), Guayaquil (ECU, 1982), Madri (ESP,
1986), Perth (AUS, 1991 e 1998), Roma (ITA, 1994 e 2009), Fukuoka (JPN, 2001),
Barcelona (ESP, 2003 e 2013), Montreal (CAN, 2005), Melbourne (AUS , 2007),
Xangai (CHN, 2011), Kazan (RUS, 2015) e Budapeste (HUN, 2017).
4.
Sereia inspiradora
Esther
Williams, uma estrela de cinema de Hollywood na década de 1940 e início dos
anos 1950, foi uma das principais promotoras do “nado sincronizado”, graças às
suas performances em “aqua-musicais” no grande ecrã. Como disciplina, o synchro foi um esporte de demonstração
nas Olimpíadas de 1952 a 1968, antes de sua inclusão oficial no programa em
1984.
5.
Limite: um minuto!
Na natação mundial
(piscina de 50 metros), quatro homens serão lembrados por um feito notável:
nadar 100 metros na piscina em menos de um minuto (nos quatro estilos). Os
primeiros a baixarem de 01 minuto são: Johnny Weissmuller (EUA) no 100m Livre
em 1922 com 58.6’’; Lance Larson (EUA), no 100m Borboleta em 1960 com 59.0’’;
Thompson Mann (EUA), no 100m Costas em 1964 com 59.6’’ e Roman Sloudnov (RUS), no
100m Peito em 2001 com 59.97’’.
6.
Voando para o ouro
Klaus Dibiasi
(ITA) é o único mergulhador a conquistar três títulos olímpicos consecutivos na
plataforma de 10m. Depois de conquistar a medalha de prata nos Jogos de 1964 em
Tóquio (JPN), Dibiasi ganhou três medalhas de ouro consecutivas em 1968 (Cidade
do México), 1972 (Munique) e 1976 (Montreal). Ele também foi campeão nas duas
primeiras edições do Campeonato Mundial da FINA, em 1973 (Belgrado) e 1975
(Cali).
7.
Pechincha Spitz
Antes das
conquistas de Michael Phelps, o melhor desempenho na natação até então tinha
sido Mark Spitz (ambos dos EUA). Depois de ganhar duas medalhas de ouro, uma de
prata e uma de bronze nos Jogos de 1968 da Cidade do México, Spitz conquistou
sete títulos olímpicos sem precedentes em Munique em 1972, todos em tempos
recordes mundiais: 100m e 200m Livre, 100m e 200m Borboleta, 4x100m e 4x200m Livre
e 4x100m Medley.
8.
Domínio chinês
A supremacia
da China nos saltos é relativamente recente. Tudo começou com o primeiro título
olímpico em 1984, quando Zhou Jihong venceu a plataforma feminina de 10m nos
Jogos de Los Angeles. Desde então, Zhou tornou-se coach da equipe chinesa de saltos e atualmente é membro do Bureau
da FINA e presidente da Associação de Natação da China.
9.
Natação em mar aberto
Oficialmente,
as maratonas fizeram sua estréia olímpica nas Olimpíadas de Pequim 2008. Mas
você sabia que as competições de natação nas três primeiras edições dos Jogos
foram todas disputadas em um ambiente de “águas abertas”? A Baía de Pireu em
Atenas em 1896, o Rio Sena em Paris em 1900 e o Lago Forest Park em St. Louis
em 1904 foram os primeiros palcos antes das competições em piscinas.
10.
Beleza do borboleta
O borboleta é
o estilo mais recente da natação. Deriva do peito (foi inicialmente chamado de “borboleta-peito”)
e sua primeira aparição olímpica foi aceita nos Jogos de 1956 em Melbourne
(AUS). O estilo foi proposto pela brasileira em memória Maria Lenk (+2007).
11.
Ouro compartilhado
A final
individual da competição de nado artístico nas Olimpíadas de 1992 em Barcelona
foi épica: alguns dias após a morte de seu namorado, Sylvie Fréchette (CAN)
competiu pela medalha de ouro, mas o erro de um juiz a deixou com a prata,
atrás da americana Kristen Babb-Sprague. Um ano após, a FINA e o COI emendaram
o resultado, concedendo uma medalha de ouro conjunta às duas atletas.
12.
Um exemplo da Tunísia
Oussama
Mellouli é uma lenda no esporte tunisiano (e africano). Depois de se tornar o
primeiro medalhista em natação de seu país nas Olimpíadas (ouro nos 1500m
livres nos Jogos de 2008), ele continuou uma notável história de sucesso no
evento de natação de maratona de 10km: bronze em 2008 (primeiro e único nadador
até agora), ao conquistar medalhas em natação e maratona de natação na mesma
edição dos Jogos. Oussama também foi ouro em Londres 2012.
13.
Voltas rápidas
Na “era
moderna” os recordes mundiais da natação em piscina de 50 metros começaram em
1957, já os recordes mundiais em piscina de 25 metros foram reconhecidos pela
FINA em 1991 (anteriormente eram só “recordes” sem denominação de piscina).
Atualmente, o tempo mais rápido pertence a Florent Manaudou (FRA) no 50 metros
Livres masculinos ao cravar 20.26’’. Por outro lado, o recorde que mais dura
atualmente desde julho de 2008 é no 800m Livre Masculino, com Grant Hackett (AUS):
07’23.42’’.
14.
A Networking
é a chave
A primeira
edição da Convenção Mundial de Esportes Aquáticos da FINA aconteceu em 2010 em
Punta del Este, Uruguai. Desde então, esta oportunidade de trabalho em rede virtual
com a família FINA e os parceiros de negócios relacionados com os esportes
aquáticos ocorreu em cada ano par. Desde 2014, foi realizado em conjunto com o
Campeonato Mundial de Natação da FINA (piscina de 25m).
15.
Esporte em todas as idades
O Campeonato
Mundial de Masters é o maior evento da FINA em termos de participação, com
cerca de 10 mil atletas por edição. Tudo começou em 1986, em Tóquio/Japão, e
desde então tem sido organizado a cada dois anos. Desde 2015, a competição foi
realizada em conjunto com os Campeonatos Mundiais da FINA. Todas as modalidades
abrangidas pela FINA estão incluídas no programa (exceto alto mergulho). Os
competidores devem ter 25 anos ou mais.
16.
Esporte nacional
Hungria e pólo
aquático são quase sinônimos. A “magia”
da seleção masculina é a mais bem sucedida no nível olímpico, com 09 títulos
(incluindo três vitórias consecutivas, em 2000, 2004 e 2008), além de três
medalhas de prata e três de bronze. A seleção húngara também conquistou a coroa
do Campeonato Mundial da FINA em 1973, 2003 e 2013.
17.
Lurz, uma referência
Thomas Lurz (ALE)
é de longe o melhor nadador de águas abertas da história do Campeonato Mundial
da FINA. A estrela alemã detém 13 medalhas (incluindo sete de ouro em todas as competições
de 05km, 10km e 25km), em mundiais de 2005 a 2013. No FINA World Open de águas abertas (realizadas até 2010), ele ganhou
mais sete medalhas. A nível olímpico, Thomas foi vice-campeão de 10 km em
Londres 2012 e terceiro em Pequim 2008.
18.
Poder norte-americano
Dos anos 70
até quase o final da década de 1990, o Canadá e os Estados Unidos foram as
forças dominantes no nado sincronizado (agora nado artístico), antes do advento
da Rússia. Eles governaram as piscinas, com o Canadá conquistando oito medalhas
olímpicas e 26 em campeonatos mundiais e os EUA, com nove medalhas olímpicas e
29 mundiais.
19.
Herói do Suriname
O Suriname
conquistou apenas duas medalhas olímpicas desde sua estréia nos Jogos, em 1960.
Ambas pertencem ao nadador Anthony Nesty. Nesty venceu o 100m Borboleta em Seul
em 1988, surpreendendo o favorito Matt Biondi dos EUA e conquistando o bronze na
mesma prova em Barcelona em 1992. O herói surinamês também foi campeão mundial
em 1991.
20.
Honrar o melhor – “the Best”
Desde 2014, a
FINA organiza uma celebração anual para premiar suas estrelas em cada uma das
seis modalidades. O “FINA World Aquatics Gala - Soirée des Etoiles” é realizado
para homenagear os “Melhores Atletas do Ano”, de acordo com suas atuações nos
principais eventos da FINA dos 12 meses anteriores. O evento foi sucessivamente
realizado em Doha (QAT, 2014), Budapeste (HUN, 2015), Windsor (CAN, 2016) e
Sanya (CHN, 2017).
21.
Sabor japonês
Kosuke
Kitajima é o único nadador até agora na história olímpica a ter títulos
consecutivos nos 100m e 200m Peito. A estrela japonesa foi bicampeã olímpica
seguida com ouro em Atenas 2004 e Pequim 2008, incluindo mais três medalhas
(uma de prata, duas de bronze) no revezamento 4x100m medley, entre 2004 e 2012.
A nível de Campeonato Mundial, Kitajima subiu 12 vezes no pódio (incluindo 3
ouros), entre 2001 e 2013.
22.
O poder da tecnologia
Os Jogos
Olímpicos de 1968 na Cidade do México marcaram a introdução oficial do sistema
automático de cronometragem para as provas de natação. No entanto, em 1964, em
Tóquio (JPN), os juízes tiveram que utilizar a tecnologia cronometrada para decidir
o terceiro lugar no 100m Livre masculino. De acordo com os tempos manuais,
tanto Hans-Joachim Klein (FRG) quanto Gary Ilman (EUA) haviam conquistado o
bronze com 54.0’’, mas o timing
automático determinou que Klein era 0.001 de segundos mais rápido que o
americano.
23.
Dominando ondas
Gertrude
Ederle (EUA) foi pioneira na natação em águas abertas. Competindo nos Jogos
Olímpicos de 1924 em Paris (FRA), ela fez parte do revezamento vitorioso de
4x100m e ganhou duas medalhas de bronze nos 100m e 400m Livre. Em 1926, Ederle
entrou nos livros de história quando se tornou a primeira mulher a atravessar o
Canal da Mancha. Ela realizou o feito em 14 horas e 34 minutos, duas horas mais
rápido que a melhor marca anterior alcançada por um homem.
24.
Política de sangue
Um dos jogos
mais lembrados na história do pólo aquático põe em xeque as equipes da Hungria
e da União Soviética, nas Olimpíadas de 1956 em Melbourne (AUS). Na semifinal
do torneio masculino, a situação política muito tensa na época entre as duas
nações foi traduzida em uma partida muito violenta e física. Uma das imagens
mais vívidas do jogo foi a do húngaro Ervin Zador, sangrando após ser socado
por um adversário soviético.
25.
Natação e Surf
Um dos atletas
mais completos de sua época no início do século XX (1910-20) foi o americano
Duke Kahanamoku, que participou das Olimpíadas de 1912, 1920 e 1924. Kahanamoku
conquistou cinco medalhas: duas de ouro e uma de prata no 100m Livre; uma de
ouro no 4x200m livre em 1920 e uma de prata na mesma prova em 1912. Em 1924,
Kahanamoku também conquistou o bronze no torneio de pólo aquático. Além de seu
heroísmo na piscina, Kahanamoku ajudou a popularizar sua outra paixão: o surfe.
26.
Menos de 15 minutos
Vladimir
Salnikov (RUS), atualmente membro do Bureau da FINA, também é uma lenda viva na
natação. Nas Olimpíadas de 1980, em Moscou, ele se tornou o primeiro a nadar a
prova dos 1500 metros Livre em menos de 15 minutos, mais precisamente em 14’58.27’’.
Também conquistou ouro no 400m Livre e no revezamento 4x200m Livre. Ausente dos
Jogos de 1984 (devido ao boicote da União Soviética), Salnikov desafiou as
chances de se tornar novamente campeão olímpico no 1500m, nos Jogos de Seul em
1988.
27.
Revezamento de águas abertas
Introduzida no
Campeonato Mundial da FINA de 2011 em Xangai (CHN), a prova de 05km em águas
abertas evoluiu com o tempo. Desde 2017, o trajeto tem sido semelhante a um
revezamento, com quatro nadadores (dois homens, duas mulheres) nadando cada um
em um segmento de 1,25 km - a equipe vencedora é aquela cujo nadador final toca
primeiro o “pad” da chegada.
28.
Europa arrasta tudo
Na competição
masculina, o domínio da Europa no pólo aquático é completo na história dos
Jogos Olímpicos e Campeonatos Mundiais. Desde 1900 a nível olímpico (com
exceção de 1904, quando apenas equipes dos EUA participaram), a Hungria lidera o
ranking com 09 vitórias, seguida pela Grã-Bretanha (04), Iugoslávia / Sérvia (04),
Itália (03), União Soviética e França (02 cada), Alemanha, Espanha e Croácia (01
cada).
29.
Salvando vidas
Em 2014, a
FINA lançou o programa “Nadando para Todos, Nadando pela Vida”, visando reduzir
as taxas alarmantes de afogamento – mais de 350.000 pessoas morrem afogadas anualmente
em todo o mundo – promovendo um estilo de vida mais saudável entre os jovens
nos cinco continentes. Desde então, a FINA criou uma série de materiais
técnicos e está incentivando fortemente as federações nacionais a implementarem
programas “Learn to Swim” (aprender a nadar).
30.
Rei do canal Inglês
Petar Stoychev
(BUL) é um dos vencedores mais consistentes da história da natação em águas
abertas. Além de conquistar sete medalhas no Campeonato Mundial de Natação da
FINA em águas abertas, de 2000 a 2011 (incluindo o título de 25km em sua última
edição), Stoychev venceu 58 provas com 11 títulos gerais de 1999 a 2012. Em
2007, ele se tornou o primeiro nadador a atravessar o Canal da Mancha em menos
de sete horas.
31.
Força dos EUA
Desde a
inclusão do pólo aquático feminino nos Jogos Olímpicos – em Sydney 2000 – apenas
uma equipe venceu duas vezes seguida: EUA, em 2012 e 2016. Nos Campeonatos
Mundiais da FINA, os EUA também dominaram, com cinco vitórias: 2003 (Barcelona,
ESP), 2007 (Melbourne, AUS), 2009 (Roma, ITA), 2015 (Kazan, RUS) e 2017
(Budapeste, HUN). Outros vencedores foram a Austrália, Grécia, Hungria, Itália,
Holanda e Espanha.
32.
Regra das mulheres chinesas
A supremacia
da China nos saltos feminino tem sido esmagadora nos últimos 30 anos: a nível
olímpico, desde 1988, todas as medalhas de trampolim de 3 metros foram para a
potência asiática, enquanto na plataforma de 10m, as exceções foram 2000 (Laura
Wilkinson, EUA) e 2004 (Chantelle Newbery, AUS).
33.
Batendo o ídolo
Joseph
Schooling, de Cingapura, deu à sua minúscula nação o primeiro ouro de sua
história olímpica quando venceu a prova de 100 metros Borboleta nos Jogos do
Rio 2016 (tempo de 50.39’’). Desde a infância, Schooling admirava Michael
Phelps e aproveitou a chance de vencer seu ídolo numa das provas mais épicas dos
Jogos. Phelps teve que dividir a prata com Laszlo Cseh (HUN) e Chad le Clos
(RSA).
34.
Presidente por 21 anos
Mustapha
Larfaoui, da Argélia, foi o presidente mais antigo da história da FINA. Ele foi
eleito na Olimpíada de 1988 em Seul (KOR) e deixou a liderança da FINA no
Campeonato Mundial da FINA em Roma (ITA) em 2009, completando 21 anos à frente
de nossa federação internacional. Atualmente, ele é presidente honorário da
FINA.
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