Uma longa viagem de navio, sacas de café por vender e um maiô emprestado. O caminho foi longo e cheio de improvisos, mas alçou Maria Lenk ao posto histórico de primeira atleta a defender o Brasil nas Olimpíadas. A nadadora, falecida em 2007 aos 92 anos, é uma das pioneiras do movimento olímpico no Brasil.
Muito próximo da tia, Francisco cresceu ouvindo as peripécias da delegação que deixou o Brasil rumo a Los Angeles, sede dos Jogos de 1932.
"A viagem durou um mês e na realidade ela imaginou custear a viagem com a venda de café. O Brasil era grande produtor mundial, então os porões levaram uma quantidade grande de café para ser vendido no local e custear a viagem da delegação brasileira" - relembrou o sobrinho de Lenk sobre a longa viagem de navio até os Estados Unidos.
A jovem nadadora de 17 anos foi a única mulher na delegação que contava com 65 homens. Durante as Olimpíadas, precisou se hospedar num hotel porque a vila de atletas não permitia a permanência de mulheres.
"Era uma mulher cheia de virtudes, é a mulher que orgulha a todos nós brasileiros homens e mulheres. Eu vejo essas coisas com os olhos brilhando! É Fora do Comum e, na realidade, isso é um pioneirismo de uma mulher brasileira a frente do seu tempo" - contou emocionado após assistir às projeções de imagens durante a gravação na Fábrica Bhering, no Rio de Janeiro.
Além da história de Maria Lenk, também lembramos os feitos de Melânia Luz, a primeira mulher negra a defender o Brasil nas Olimpíadas, competindo no atletismo em Londres 1948, e Jackie Silva e Sandra Pires, as primeiras campeãs olímpicas em dobradinha verde-amarela do vôlei de praia em Atlanta 1996.
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Créditos: Observatório Terceiro Setor |
Fonte: GE
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