Análise à parte do NNE Milton Medeiros 2023 - Natação do RN

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Análise à parte do NNE Milton Medeiros 2023

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No último sábado, 29 de julho, a FAN homenageou atletas que integraram a seleção do RN no Torneio Norte-nordeste – Troféu Dr. Milton Medeiros. A competição havia acontecido de 20 a 22 de julho, em João Pessoa/PB, com 34 atletas representando a seleção do RN e conquistando a 5ª  colocação na pontuação final. Uma análise paralela ao desempenho da equipe e da competição em si foi feita, a partir de informações de terceiros, e serve de advertência para outras competições.

Além da homenagem merecida, uma das competições mais disputadas na região merece ser valorizada, justamente por dar oportunidades de revelar campeões e futuros destaques nacionais. Passaram pelo Troféu Milton Medeiros atletas como os medalhistas olímpicos Bruno Fratus e Edvaldo Valério, a campeã e recordista mundial Etiene Medeiros e a campeã olímpica e hexacampeã do circuito mundial de águas abertas, Ana Marcela Cunha.

Atletas que abrem mão de participar de um Norte-nordeste sem justificativa plausível são passíveis de punições previstas no estatuto da Federação. Existem até punições previstas no Código de Justiça Desportiva para atletas e/ou técnicos que se negam a representar equipe federada [repito: "federada"] em competições, sob pena de manipulação de resultados. Isso é válido para qualquer outra competição federada tanto de nível local, como nacional.

Uma das coisas que diferencia o ser "federado", não por obrigação, mas por "fazer parte" é ter aquele espírito esportivo que se enquadra no estatuto da FAN, espírito esse que deve fazer distinção entre o presidente da federação e a pessoa que preside a federação. É preciso separar uma coisa da outra: por mais que um atleta "não goste" da pessoa do presidente, isso não tem nada a ver com o cargo de presidente da federação, a ponto de atletas se negarem a participar do NNE sob desculpas esfarrapadas.

Quando um atleta se nega a representar a seleção do RN, ele ignora o esforço de outros que disputaram índice em campeonatos anteriores, ignora os que não tiveram condições financeiras de participar da competição. Quando concorda em não fazer pontuação e buscar medalha, esse atleta esnoba a capacidade dos outros e "fechado em seu mundinho", atrapalha a montagem de revezamentos que dão pontuação em dobro pra equipe. Isso pode configurar manipulação de resultado, a não ser que o atleta tenha uma justificativa que o impeça de ir pra competição, como um acidente, morte de um parente, prova de faculdade ou coisa parecida. Sem justificativa, é possível aplicar as punições previstas em quem participa de seletiva, conquista a vaga e depois se nega a integrar a seleção do RN. O que se diz do atleta aplica-se igualmente ao técnico.

Em outras épocas, o NNE Milton Medeiros era uma das competições mais almejadas de se participar. Criava-se toda uma expectativa em conquistar vaga na seleção do RN para poder ter oportunidade num campeonato de nível mais elevado. Não é que o nível do Milton Medeiros tenha diminuído, a questão é como se está abordando a importância da competição em si em detrimento de picuinhas pessoais.

Conflitos de entendimento entre comissão técnica e presidente de entidade (federação) sempre tiveram até mesmo "nas melhores famílias do mundo". Contudo, existe um nível de "razoabilidade", a ponto de respeitar pontos de vista diferentes. O que rompe a razoabilidade é o fato de um atleta se negar a integrar a seleção do RN, o que se torna bastante preocupante. E mais ainda se torna preocupante um técnico instigar seus atletas (equipe) a se negar a integrar a seleção do RN num campeonato importante, ameaçando tirá-lo da equipe, o que pode configurar assédio moral.

Uma coisa a mais que precisa de distinção é que quando surgem conflitos de entendimentos, isso não deveria atingir os atletas ou a equipe, mas se restringir ao nível daqueles que discordam entre si. No momento em que os atletas são envolvidos, corre-se o risco eminente de ao invés de promover o esporte e seus valores, a indiferença e o desrespeito às autoridades da direção e presidência da FAN desmotivarem a participação dos atletas e assim, comprometerem a disseminação do esporte, da natação.

Não é o que queremos. Não queremos equipes ou atletas aquém da comunidade aquática. Não queremos equipes ou atletas vivendo um "mundo paralelo", fora da totalidade. Quem já passou por algo parecido aconselha que esse não é o melhor caminho. Discordar: todos podemos discordar, o que não se pode é semear a discórdia para gerar desmotivação e abandono precoce do esporte. Isso é antiético e antidesportivo.

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