O "peso" de uma Medalha Olímpica - Natação do RN

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O "peso" de uma Medalha Olímpica

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Muitas pessoas têm problemas para controlar sua dieta, e como todo mortal, a balança é o principal motivo para melhorar o desempenho de um atleta. Na natação competitiva não é raro encontrar atletas que se desentenderam com a balança e deram mais importância a seus resultados do que aquela cética obediência a uma dieta. 
O paulista Felipe França não se parece com um campeão mundial de natação. Fora das piscinas, ele parece baixo demais para estar entre os melhores do planeta num esporte cada vez mais dominado por grandalhões. A estrutura física também não conta pontos a seu favor. Felipe parece forte demais, tem os ombros largos, mais característicos de um judoca ou levantador de peso.

D.P.

O incrível é que, quando cai na piscina, o brasileiro derrota competidores mais altos e esguios. Ele usa a força em seu favor para imprimir uma técnica apurada que só tem melhorado desde 2008, quando França disputou sua primeira olimpíada em Pequim, após ter conseguido índice nos 100m peito e participados das eliminatórias.

Nesses quatro anos de ciclo olímpico (2008-2012), a vida de Felipe França mudou. Em 2009, ele foi vice-campeão mundial dos 50m Peito, em Roma. Na época, a medalha de prata parecia uma grande conquista, mas França dava mostras de que poderia ter-se frustrado e queria mais. Em 2010, ele conquistou o ouro no Mundial de piscina curta em Dubai, na mesma prova. Além disso, foi bronze nos 100m peito e no revezamento 4x100m medley. No mesmo ano, França conquistou, também, o Pan-Pacífico, um dos principais campeonatos do calendário.

Mas o ano que mudaria de vez a carreira de Felipe França foi mesmo 2011. Com acompanhamento de nutricionistas, ele começou uma dieta para perder peso. O sacrifício fez efeito já no Mundial de Xangai: O resultado foi uma medalha de ouro nos 50m peito, em que o nadador ao subir ao pódio, ficou de joelhos para agradecer a Deus por sua conquista, marcando assim um dos momentos mais emocionantes do evento. No Pan-Americano de Guadalajara, 07 kg mais magro, ele subiu novamente ao pódio nos 100m peito.

Economia. Entre a medalha no Pan e a estreia em Londres este ano, Felipe França teve de adotar um verbo como mantra: economizar. Primeiro, na hora de comer. “Eu cortei todas as besteiras: Bolo de chocolate, doces... Pra isso eu tive de fechar a boca”, afirmou o nadador. Desde o Pan, ele perdeu mais 05 kg. Falta mais um para chegar a Londres no auge do preparo físico. “Não adianta só perder peso. Eu tenho de perder gordura, não força. Pelas medidas dos nutricionistas, é isso que estou fazendo: perdendo gordura e ganhando força. Vou ficar parecendo o Hulk”, disse o nadador (cf. entrevista no site do ESPN.com.br).

Transformar-se em super-herói é um passo importante na busca pela medalha em Londres, mas não é o único. A técnica de Felipe França também teve de ser adaptada. Especialista na prova dos 50m Peito (que não é olímpica), França terá que aprimorar sua segunda metade de prova para competir com os melhores do mundo nos 100m peito. E a receita envolve o mesmo verbo: economizar.

Eu tenho focado muito na volta. Por minha característica física, não tenho como ganhar resistência em pouco tempo. Então, meu foco é melhorar a passagem na volta. E para isso, preciso economizar força na primeira metade e reduzir a frequência de braçadas na parte final”, afirma.
D.P.

Confiança. A mudança no peso, os resultados cada vez melhores e o bom desenvolvimento nos treinos mudaram também, o discurso de Felipe França. Embora ainda seja tímido, o nadador agora mostra uma assertividade impressionante ao falar dos possíveis adversários em Londres.

Meu único adversário é a minha mente. Eu já vi e participei junto com esses caras que foram campeões olímpicos e mundiais e já ganhei deles sem ter forma física nenhuma de atleta, principalmente de nadador. Já venci todos pesando 25 kg a mais do que eles”, disse.
D.P.

    

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