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Nenhum dinheiro do mundo vale um recorde por conta de doping

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Até que demorou, mas apareceu o primeiro nome famoso a se candidatar a participar dos inacreditáveis “Enhanced Games”, ou “Jogos Avançados”, uma Olimpíada onde o doping é liberado para que os atletas alcancem sua máxima performance. O nadador aposentado australiano James Magnussen, dono de três medalhas olímpicas, se colocou à disposição para disputar essa bizarra competição. Magnussen topa se dopar na chamada Olimpíada dos Esteroides, se pagarem nada menos do que US$ 1 milhão (R$ 4,95 milhões).

Durante uma entrevista à rádio SEM, de Sydney, ainda no dia 09 de agosto, Magnussen demonstrou simpatia perla ideia dos “Jogos Avançados”, definidos pelo seu criador Aron D’Souza, defensor do uso livre de doping em competições, como as Olimpíadas do futuro. 
Como atletas olímpicos, estamos cientes de que melhorias de desempenho acontecem em outros países, mas não há igualdade de condições para todos. Pelo preço certo, seria uma busca muito interessante. Por US$ 1 milhão, eu poderia quebrar o recorde dos 50 metros”, afirmou Magnussen.

O recorde dos 50 m Livre pertence ao brasileiro Cesar Cielo, desde o dia 18 de dezembro de 2009, com 00:20.91. Na ocasião, ele nadou com os trajes tecnológicos, que auxiliavam a flutuação, e passaram a ser proibidos a partir de 2010.


Doping seguro?
Magnussen diz que é possível fazer um doping de maneira segura, acredite se quiser.
Quero abordar isso de uma maneira correta. Tomar os suplementos certos e documentar tudo isso em vídeo. Mostrar como isso pode ser feito adequadamente e criar um atleta que nunca vimos antes”, explica o ex-nadador australiano.

Como atleta olímpico, James Magnussen conquistou uma medalha de prata nos 100 m Livre e uma de bronze no Revezamento 4 x 100 m Medley, em Londres 2012, e outra de bronze no 4 x 100 m Livre no Rio 2016. Ganhou três ouros em campeonatos mundiais (2011 e 2013). Aposentado das piscinas desde 2019, tem como melhor marca nos 50 m Livre o tempo de 00:21.52, estabelecido em 2013, numa competição na Austrália.

Australiano James Magnussen
Créditos: D.P.


Os “Enhanced Games” nasceram de uma ideia estapafúrdia do advogado australiano e ex-atleta de rúgbi Aaron D’Souza, que anunciou ainda em 2023 a criação de uma "Olimpíada" sem testes de doping, para destruir todos os recordes mundiais. Ele defende atletas que possam superar todos os seus limites, sem as amarras do COI ou da Wada (Agência Mundial Antidoping). “Meu corpo, minha escolha”, argumenta.

Ele já conta inclusive com um mecenas: Peter Thiel, que faz parte do grupo de elite dos bilionários do Vale do Silício. Os Jogos Avançados terão provas de natação, atletismo, ginástica, levantamento de peso e combate. A primeira edição deve acontecer em 2025.

Se realizada de fato ou não passe de uma patética estratégia de marketing, a Olimpíada do Esteroide só faz chegar a uma única conclusão: Nenhum dinheiro do mundo compensaria um recorde conquistado através do jogo sujo do doping.


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