As Olimpíadas de Paris 2024 começam em 26 de julho com uma cerimônia de abertura às margens do Rio Sena, na capital francesa, e vão até 11 de agosto. O encerramento será o único evento marcado para o principal estádio da cidade-sede, o Stade de France. Para organizar tudo, cerca de R$ 25 bilhões é estimado para a capital francesa.
O Comitê Organizador diz que vai investir € 4,38 bilhões (US$ 4,75 bilhões ou R$ 25,2 bilhões) para organizar a Olimpíada na capital francesa. Mas, se forem somados os custos arcados pelo governo francês e os de infraestrutura e construção de equipamentos esportivos, o valor pode superar € 9 bilhões (cerca de US$ 9,78 bilhões ou R$ 51,84 bilhões, na conversão do câmbio de 05 de junho).
Dos gastos do Comitê Organizador, 96% serão custeados pela iniciativa privada. O orçamento cobre todos os aspectos do planejamento, organização e realização do evento, incluindo aluguel, preparação e operação das instalações, organização das competições, recepção das delegações, alojamento e transporte dos atletas, segurança nos locais de competição e realização das cerimônias de abertura e de encerramento.
Veja o orçamento em detalhes:
- Total: € 4,38 bilhões (US$ 4,75 bilhões) – última revisão realizada em dezembro de 2023
De onde virá o dinheiro:
- Aporte do Comitê Olímpico Internacional (COI): € 1,2 bilhão de euros (US$ 1,3 bilhão), sendo € 750 milhões de direitos televisivos (US$ 814,8 milhões) e € milhões em parcerias (US$ 510,6 milhões)
- Venda de ingressos: € 1,1 bilhão (US$ 1,2 bilhão)
- Hotelaria: € 170 milhões (184,7 milhões)
- Licenciamento de produtos: € 127 milhões (US$ 138 milhões)
- Parcerias: € 1,22 bilhão (US$ 1,33 bilhão)
- Outras receitas: € 193 milhões (US$ 209,7 milhões)
O Comitê Organizador conta ainda com 4% de financiamento público – os recursos serão destinados para a organização dos Jogos Paraolímpicos, que serão disputados de 28 de agosto a 8 de setembro de 2024.
Gastos do governo
Além dos gastos do Comitê Organizador, outros € 4,4 bilhões serão bancados pela Solideo (Société de Livraison des Ouvrages Olympiques), empresa criada para bancar a infraestrutura e a construção de equipamentos esportivos, e que é financiada em parte pelo setor público.
A expectativa era de que a Solideo recebesse de bolsos públicos (incluindo governo central e regionais) cerca de € 2,5 bilhões. Mas, no fim de março, Pierre Moscovici, presidente do Tribunal de Contas, disse que as Olimpíadas de Paris 2024 podem custar aos cofres públicos algo entre € 3 bilhões e € 5 bilhões (US$ 3,26 bilhões e US$ 5,43 bilhões).
É a partir dessa nova indicação de Moscovici que se estima que o custo das Olimpíadas de Paris 2024 podem superar € 9 bilhões (quase US$ 10 bilhões). O valor real dos gastos só será conhecido após os Jogos.
Para efeito de comparação, as Olimpíadas Rio 2016 custaram US$ 13,7 bilhões e a de Tóquio 2020, US$ 35 bilhões.
Centro aquático sem natação
A única arena esportiva construída especialmente para os Jogos de Paris foi o Centro Aquático. Localizado próximo ao Estádio Saint-Denis, conta com piscinas de 50 metros e 25 metros, plataforma para saltos ornamentais e arquibancadas para até 6 mil espectadores. Custou US$ 180 milhões e, por mais bizarro que possa parecer, as provas de natação não serão realizadas ali.
O lugar novinho foi considerado pequeno demais para as provas de natação, que serão realizadas em outro local, a Arena La Defense, a 13 km de Paris. No Centro Aquático, serão disputadas as competições de pólo aquático, saltos ornamentais e nado artístico.
Orçamento estourado
Estourar o orçamento não é um privilégio francês. Um estudo feito pelos pesquisadores Bent Flyvbjerg, Alexander Budzier, e Daniel Lunn, da Universidade de Oxford, constatou que todos os Jogos Olímpicos desde Roma-1960 ultrapassaram o orçamento, em uma média de 213% em termos reais para as chamas “Olimpíadas de Verão”, como Paris 2024.
“Os custos olímpicos estão sujeitos a médias e variações infinitas, com consequências terríveis para a previsibilidade e o planejamento”, diz o estudo.
Os Jogos Olímpicos de Londres 2012 aparecem no estudo como os mais caros da história, com US$ 14,9 bilhões, seguidos por Rio 2016 com US$ 13,7 bilhões.
Os Jogos de Tóquio 2020 – realizados em 2021 por conta da pandemia e que custaram bem mais do que Londres e Rio – não entraram no estudo da Universidade de Oxford.
Fonte: InvestNews
Nenhum comentário:
Postar um comentário