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Papo de master – Esportistas candidatos a cargos públicos

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A política tem sido alvo contínuo de estereótipos negativos em decorrência de diversas patologias sociais, incluindo herança de costumes estrangeiros, visão distorcida sobre autoridade e seu relacionamento entre teoria e prática e interesses diversos das grandes mídias sensacionalistas. No entanto, comparativamente, por mais que um rio esteja sujo, sua nascente sempre se originou pura, e da mesma forma é a política. E assim também esperamos de esportistas que se candidatam a cargos públicos: que sejam capazes de manter-se na origem de valores éticos adquiridos no esporte.




Um dos maiores valores inatos numa prática esportiva é o senso ético de uma disputa. Expor candidatos que tenham tido considerável experiência esportiva deve mostrar indícios de que certos valores éticos permeiam sua vida com mais evidência do que candidatos que não demonstram segurança alguma. Convicção e segurança têm sido coisas tão necessárias em nossas vidas para a tomada de decisão num voto, que até mesmo o senso ético às vezes passa despercebido. Por mais que a amizade disfarce tranquilidade, para nosso "bem maior", necessário se faz manter um senso crítico de valores éticos, para que determinados candidatos mereçam nossa confiança.

Brigar por um troféu, por exemplo: em quê isso indica a índole de um candidato? Existem pessoas que independente de interesse político se desdobram para ajudar outras, e isso você encontra explicado até em livros de biologia evolutiva. Trata-se de uma pequena porcentagem na humanidade que acaba equilibrando a balança do outro lado egoísta. Mas será que um voto merece ser dado a quem semeia picuinha por causa de um troféu?

Bem, considerando os dois lados do senso ético, de um lado a disputa pode parecer justa e isso indicar o quanto um candidato pode tender a lutar pelo interesse público, algo valoroso que merece nossa confiança. Mas, do outro lado do senso ético, passar 02, 03 ou 04 anos mantendo uma mentira pública indica a índole de interesses sorrateiros de certos candidatos que pretendem continuar a sujar o rio sob diversos pretextos. Que mentira pública?

Em 2017, uma equipe disputou um campeonato e conquistou um troféu. Apesar de a equipe representar uma localidade, um dos membros contestou a posse do troféu em favor de outra entidade. O embate acabou gerando constrangimento, a ponto de o coordenador da equipe sofrer depressão pela mentira semeada em meio ao grupo, mentira essa provocada pela presidência e vice-presidente daquela entidade. Hoje, a vice-presidente de tal entidade se candidata a vereadora de Natal, pegando o bonde de Bolsonaro.





Na disputa pelo poder, algumas competições fora da piscina poderiam até ser válidas. Se num lado da balança se encontrar o egoísmo, do outro lado vai estar a generosidade; mas e o político: onde devia estar? O jogo de conquista por votos se utiliza sempre daquele falso estereótipo do político generoso, mas inevitavelmente, quer manifeste, quer esconda, seu lado egoísta estará ali contando os segundos para sentar-se acomodado enquanto outros trabalham por ele. Esconder seu lado egoísta é, senão, o maior indicador da índole de alguém que verdadeiramente não merece confiança alguma. Isso porque genuinamente todo político devia buscar esse equilíbrio entre egoísmo e generosidade: sendo egoísta, às vezes, ao defender o interesse público e, às vezes, generoso, principalmente com quem não votou nele. Na prática, quando um estereótipo é forjado, escondendo seu lado egoísta, mais e mais sujeira estará vindo por aí sobre o rio...

Mas, ainda, não alcançamos o estado ideal de país ou de cidade, estamos longe disso e nem por isso acomodar-se à sujeira do rio nos tornaria isentos daquilo que seu candidato não fez em favor do interesse público. Não se trata de chamar a polícia pra prender o assassino e achar que isso seria justiça, mas sim trata-se de não dar a arma para ele atirar. Quem for cristão sabe que a Torá veio antes da Bíblia e a Torá é preventiva, antes de se tornar punitiva ("Não votarás em...").

Nesse sentido, que o candidato que tenha experiência viva nos esportes saiba se deixar peneirar, inteirando-se de sua total responsabilidade pelo interesse público. Se começarmos a enumerar, incluindo justificativas, ficaria cansativo listar todas as dificuldades hoje enfrentadas nos esportes. Mas é necessário, por exemplo, pesar na balança um candidato que carregue pré-conceito (diferente de "preconceito") entre classes sociais ou alimente privilégios exclusivos de sua "panelinha". Talvez o senso ético que carregue ainda esteja suscetível ao rompimento de sua bolha social, diante da representatividade que seja assumir um cargo público. Afinal: O que ele faria por sua "panelinha", acaso faria o mesmo pelo outro extremo da marginalidade?

Quantos talentos esportivos temos perdido para outros estados? Quantos deles perdemos para clubes do sul/sudeste? Mesmo assim, ainda estaríamos no lucro. Mergulhe um pouco mais profundo e observe o outro lado extremo: Quantos talentos esportivos perdemos para as drogas? E quantos perdemos para os bandidos? Não foi à toa a provocação na matéria aqui publicada comparando o número de medalhas olímpicas entre Brasil e China. Enquanto alguns perdem tempo discutindo sistema econômico (capitalismo x comunismo), medalhas e mais medalhas estão sendo jogadas fora pela total irresponsabilidade de nosso sistema político.

Fulano(a) que foi atleta se candidata a cargo público e você espera que tenhamos mais corridas de rua? Você espera que, com o fulano eleito, mais motoristas iriam respeitar ciclistas? Que as quadras nas praças seriam revitalizadas para jogadores de vôlei ou basquete da seleção do RN? Ah, você ainda acredita na fada que promete um parque olímpico em Natal, fruto da luta daquele fulano que um dia foi atleta? Acredita mesmo que 27 segundos nos 50 metros Livre educa bem mais intuitivamente do que anos na penitenciária?

Quando um candidato possui histórico de lutas por atletas e equipes, tendo passado pela formação de atleta numa modalidade, qualquer que seja, esse candidato merece atenção especial no desdobramento de suas propostas. E não vale aquele argumento de que seu voto é um perdido no meio da multidão, pois comprovadamente existem votos diferenciados (são poucos), mas existem aqueles que arrastam outros e outros (maioria). Portanto, não dê atenção aos votos diferenciados, atentem sim para a maioria, não para concordar cegamente, mas para exercer aí o senso crítico da opinião formada: procede ou não procede? Concordar com a maioria pode eleger aberrações, assim como discordar, incrivelmente, muda o jogo a favor do "bem maior". E o esporte tem mostrado isso com maestria.







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