Inicialmente adiada de 2020 para 2021, as Olimpíadas de Tóquio vivem momentos de incerteza em meio ao ressurgimento da possibilidade de cancelamento. Além disso, a política também é um fator que pode influenciar a realização das Olimpíadas de Tóquio. Candidato ao governo japonês nas eleições previstas para serem realizadas em 05 de julho, o ex-ator Taro Yamamoto já prometeu que, caso seja eleito, cancelará os Jogos Olímpicos, acreditando que o mundo não estará livre da Covid-19 até a data e que o Japão terá um grande prejuízo financeiro com o evento.
Adiadas para 2021, as Olimpíadas de Tóquio estão marcadas para o dia 23 de julho, e os organizadores garantem que essa é a única alternativa pensada, ao menos até março do ano que vem, quando uma nova decisão pode ser tomada. Porém, uma dupla de economistas japoneses, Hiroko Ogiwara e Takuro Morinaga, alertam que, se o evento for cancelado ou adiado para 2022, os custos serão menores que fazê-lo em 2021. A entrevista foi ao Nikkei Sports.
"O cancelamento diminuiria as perdas do Japão. Também pode-se tentar o adiamento para 2022" - disse Morinaga, de 62 anos, que é economista da Dokkyo University, de Saitama, e tem um programa de TV no Japão.
Já Ogiwara acredita que mesmo que uma vacina seja criada até o início das Olimpíadas, não será possível distribuí-la, o que dificultaria a organização.
"Normalmente, leva de um a três anos para desenvolver vacinas e, mesmo que ela seja criada, não tem como aplicar em muitas pessoas em pouco tempo. Acredito que pode demorar cerca de três anos para a economia se recuperar" - disse Ogiwara.
Antes da pandemia, Tóquio estipulou um orçamento de US$ 12,3 bilhões (atualmente R$ 63 bi), mas que deve ter um aumento de U$ 2,3 bi (R$ 11 bi) por causa do adiamento. Agora, os organizadores buscam mais de 200 ítens para simplificar o evento.
Para o diretor de operações do Comitê Olímpico Internacional, Pierre Durcey, o problema financeiro número 1 será o pagamento das indenizações para os japoneses que compraram os apartamentos da Vila Olímpica, só poderão recebê-los em 2021. Em caso de um novo adiamento, para 2022, esses custos seriam ainda mais caros, junto com a manutenção dos locais de eventos já construídos.
A dupla de economistas também comentou que dificilmente os Jogos receberão investimento estrangeiro e a presença de torcedores de fora do país, o que dificultaria ainda mais a questão financeira do evento.
Até o momento (20/06/2020), existem mais de 8,8 milhões de casos confirmados de COVID-19 no mundo inteiro, resultando na morte de mais de 463.000 pessoas.
Fonte: GE
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