Nadar é melhor do que correr ou pedalar? - Natação do RN

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Nadar é melhor do que correr ou pedalar?

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Opinião publicada no Informativo ABMN, Ano XXVI, número 106, é de relevante importância, ao analisar um vídeo compartilhado em redes sociais, com algumas controvérsias, a partir de estudos e análises científicas. O vídeo sugere que a natação seria melhor do que correr ou pedalar. Segundo o informativo, “depende do propósito que se tem para a escolha da atividade física”. O vídeo, sem autoria, impede que se dialogue com o autor e desse modo, o profissional de educação física e fisioterapeuta Leandro Pacheco aceitou a tarefa de análise e de sustentar uma discussão acadêmica a respeito do proposto naquele vídeo.


“Logo no início o vídeo sugere que nadar é melhor [sit.] que correr ou andar de bicicleta”, conta Leandro. Sabe-se que a prescrição de atividade física baseia-se em alguns princípios fundamentais, comprovados cientificamente.  São eles: O princípio da continuidade, o princípio da progressão ou sobrecarga, o princípio da reversibilidade, o princípio de individualidade biológica e o princípio da especificidade. Com base nesse “bê-á-bá” do treinamento, qualquer profissional de educação física ao se deparar com tal afirmativa, logo questionará “para quem?”.

Quando falamos de atividade física, dentro ou fora do meio aquático, utilizamos indicadores fisiológicos para quantificar a quantidade de esforço, entre eles: a frequência cardíaca (FC) e o consumo de oxigênio (VO2). Ao comparar exercícios no meio aquático e no meio terrestre, percebe-se resultados diferentes à prática de exercícios (SVEDENHAG e SEGER, 1992). Notadamente, a imersão, a temperatura da água e as diferentes posições corporais adotadas podem afetar o comportamento dos indicadores de intensidade de esforço durante a execução dos exercícios ou mesmo em sua recuperação (GREEN; MI-CHAEL e SO-LOMON, 1999; KRUEL et al., 2001).



A temperatura da água é outro fator que influencia diretamente a resposta ao exercício. A FC encontrada em resposta ao exercício em cicloergômetro em temperatura aquática de 18°C foi, em média, 05 batimentos por minuto (bpm) menor do que em 25°C e 15 bpm menor do que em 33°C e do que exercícios terrestres (McARDLE; GLASER e MAGEL , 1971).

Comparando a natação e a caminhada na esteira para diferentes níveis submáximos de VO2, a FC média em ambiente aquático mostrou-se 09 a 13 bpm inferiores (McARDLE et al., 1971). Comparando corrida na esteira ao nado, encontrou-se valores máximos de FC na natação reduzidos em 12 bpm para os atletas e em 20 bpm para os não atletas (DIXON e FAULKNER, 1971). Podemos citar ainda uma diminuição na FC de 15 bpm para homens e de 14 bpm para mulheres durante a natação em relação a corrida (SCOLFARO; MARINS e RE-GAZZI, 1998).



Com base nos estudos citados, pode-se concluir que ocorre redução nos batimentos cardíacos nas temperaturas aquáticas mais utilizadas para a prática de natação, ou seja, as atividades no meio aquático necessitam de uma intensidade maior para alcançar os mesmos resultados em meios terrestres.

O vídeo continua valorizando a natação dizendo que “não exerce nenhuma pressão sobre as articulações e a coluna”; e mais uma vez surge a questão: quem é meu público alvo nesse caso? Se pensarmos que caminhadas, ginástica e musculação mantém ou aumentam a densidade mineral dos ossos e são consideradas estratégias importantes para prevenção de osteoporose (IWAMOTO, 2017). Então, a ausência de impacto (fator considerável) proposta pelo vídeo já descartaria a natação para esse público, não é? Sabe-se que os ossos respondem positivamente a atividades com impacto e treinamento resistido progressivo de alta intensidade (BECK et al., 2017).

Fonte: Informativo ABMN Ano XXVI – número 106

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