Opinião do Blog Swim Brasil
Adaptado
Adaptado
O que seria o mais
próximo de um clima NCAA no Brasil? Não, não são os JUBs. Talvez em termos de
formato e oficialização, sim. Mas tratando-se da energia e importância dada
pelos competidores, as competições brasileiras que mais se aproximam são
eventos como Interusp, Economíadas, Juca, Intermed…
O nível, se
comparado a Campeonatos Nacionais ou até mesmo ao JUBs, é bem inferior. Na
verdade, esses eventos são mais festas do que competições propriamente ditas.
Mas a seriedade levada nas disputas é algo que não se vê nem em campeonatos
como Maria Lenk e José Finkel. Uma competição que pega fogo na disputa por
equipes, reflete nos resultados individuais, indiscutivelmente.
Mas o ponto é: Por
que não conseguimos juntar tudo? Por que não temos uma competição nacional com
o nível de um Maria Lenk, a vibração de um Economíadas e a organização de um…
bem, não me veio nenhuma competição no Brasil com a organização ideal, mas algo
próximo aos Campeonatos Paulistas organizados pela FAP?
Pois é, isso que é
o NCAA. Deixando de lado o fato de a competição ocorrer em jardas (mania tosca
de americano fugir das medidas universais), o NCAA é extremamente competitivo e
forte, com nadadores engajados em prol de sua equipe, que torcem, e comemoram,
além de uma organização impecável, digna de quem tem TOC.
Longe de mim querer
puxar saco de americano, mas se o melhor time de natação do mundo consegue usar
o formato universitário com alto nível e principais atletas do país, é porque é
eficiente e construtivo para o esporte, quiçá para a cidadania.
Afinal, por que as
competições organizadas pela CBDU não possuem o engajamento das competições
organizadas pelas atléticas? Por que não unir isso tudo? Essas últimas, sequer
possuem score-board! Hoje em dia isso chega a ser inadmissível,
ainda mais em competições que possuem apenas provas de 50 metros.
Não estamos muito distantes de termos centros de treinamento de alto nível dentro de universidades. Vários treinadores contratados pelas atléticas já passaram por grandes clubes do país. Devido a isso, inauguramos hoje a seção Universitária no blog, que além de resultados das principais competições, abordaremos questões como essa. Quem sabe sairemos da utopia, a ponto de atingir um padrão de alto nível no nosso esporte.
Opinião de Felipe Freitas
A natação
universitária no Brasil só vai chegar próxima de um nível como o do NCAA se as
Universidades levarem o esporte mais a sério e não como é hoje, onde atletas
tiram do próprio bolso para pagar técnicos, piscinas, materiais, etc. Eu como
técnico universitário de equipes da maior universidade da América Latina, posso
dizer como é sofrível ter que trabalhar em uma piscina sem aquecimento, sem
iluminação, com blocos de mais de 50 anos e sem espaço para guardar os nossos
próprios materiais. Somado a isso o fato de algumas universidades ainda
insistirem em pagar matrículas de grandes atletas de clubes para competirem
como se fossem alunos. Eu ainda acredito que isso possa melhorar, mas no
momento a tendência é de que a natação universitária continue medíocre.
Opinião do blogger
Embora o anseio de
tornar eventos esportivos universitários bem mais louváveis continue tendendo a
uma utopia diante da atual resistência, percebemos que opiniões afins se
corroboram por todo o Brasil. A realidade americana não estaria longe da
brasileira, se não fossem a burocracia e o comodismo do funcionalismo público,
que acabam denegrindo o interesse de tornar o esporte uma expressão viva da
saúde e do bem estar, inclusive contribuindo para uma melhor sociabilidade tão necessária à nossa convivência. Mesmo campanhas encabeçadas pelo Governo se esvaem no
desinteresse, quando entra em jogo o partidarismo de quem não honra seu cargo e
se aproveita dos recursos públicos ora pra se promover, ora por puro interesse
capitalista. São alguns dos vícios do funcionalismo público que aleijam o
brilho do esporte, e para piorar ainda mais, a natação.
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